O Vaticano pode deixar em breve de ser o único micro-Estado teocrático da Europa. A Albânia está a planear conceder soberania à Ordem Bektashi — que se tornaria um Estado Muçulmano onde se pode consumir álcool, sem restrições de vestuário às mulheres, e exemplo de uma forma moderada de Islão.
Nos arredores orientais de Tirana, capital da Albânia, uma cúpula dourada espreita por entre paredes de betão cobertas com arame farpado.
Este pequeno complexo, sede mundial de uma obscura seita islâmica, parece ter sido transplantado de Jerusalém, onde a segurança rigorosa e a devoção espiritual andam de mãos dadas.
E se o primeiro-ministro albanês, Edi Rama, levar a sua avante, este espaço pode tornar-se em breve o país mais pequeno do Mundo, conta o Big Think.
No dia 21 de setembro, Rama propôs que fosse concedida soberania territorial ao campus da Ordem Bektashi, uma medida que criaria um microestado religioso semelhante à Cidade do Vaticano.
Enclausurado inteiramente na capital italiana, o Vaticano constitui um ponto de apoio territorial para o Papa, que dirige a Igreja Católica. Com uma área de apenas 0,44 km2 é o país soberano mais pequeno do mundo… por enquanto.
“Devemos cuidar deste tesouro e nunca o tomar como garantido. Um microestado muçulmano moderado enviaria uma mensagem clara ao mundo: Não deixem que o estigma dos muçulmanos defina quem são os muçulmanos”, disse Rama, numa referência à versão tolerante do Islão defendida pelos Bektashi.
Se o plano do primeiro-ministro for aprovado pelo parlamento albanês e a Constituição do país for devidamente alterada, o Estado Soberano da Ordem Bektashi não terá mais de 27 acres , ou 0,11 km2 — apenas um quarto do tamanho do Vaticano.
O Estado Bektashi será assim não apenas o mais novo país do mundo, mas também o mais pequeno.
O governante da nova nação soberana seria o Dedebaba (“avô”), o chefe espiritual da Ordem, atualmente Edmond Brahimaj, um antigo oficial do exército de 65 anos, conhecido pelos seus seguidores como Baba Mondi.
Numa entrevista concedida após o anúncio de Rama, o líder religioso deu algumas pistas sobre os seus planos enquanto líder soberano do Estado Bektashi.
À semelhança do Vaticano, o Estado Soberano da Ordem Bektashi só concederia cidadania a clérigos e burocratas. A nova nação não teria tribunais, guardas de fronteira ou um exército.
De acordo com a tolerância Bektashi, o consumo de álcool seria permitido e as mulheres não estariam sujeitas a um código de vestuário. Os passaportes da Ordem seriam verdes, a cor do Islão.
A soberania territorial daria à Ordem um perfil mais elevado a nível mundial e ajudaria na sua luta contra o radicalismo islâmico, afirmou Baba Mondi.
O líder espera que a forma moderada de Islão da sua Ordem possa servir de exemplo aos países que enfrentam o extremismo islâmico, incluindo a Arábia Saudita, o Qatar, os Emirados Árabes Unidos e também a China.
Com o tempo, disse, o mundo passaria a ver o seu Estado Soberano como um valioso contribuinte para a paz, a tolerância e o diálogo.
Há atualmente um número estimado entre 7 e 20 milhões de Bektashi em todo o mundo. A Albânia tem cerca de 120.000 adeptos – 5% da população total.
As origens da Ordem Bektashi remontam a um santo sufi do século XIII chamado Haji Bektash Veli, também conhecido como o “Sultão dos Corações” e o “Dervixe dos Dervixes”.
Originalmente sunita, o Bektashismo adoptou ao longo do tempo princípios fundamentais do Islão xiita, e a sua interpretação geral da religião é esotérica, sincrética e humanista. Os Bektashis não se reúnem em mesquitas, mas em lojas sufis, também conhecidas como tekkes.
Para além das cinco orações diárias habituais, os Bektashis têm duas orações adicionais, ao amanhecer e ao anoitecer, para o bem-estar de toda a humanidade.
Tal como os cristãos, têm uma refeição ritual e bebem uma bebida alcoólica (rakia, um brandy de frutos) como elemento sacramental. Tal como os católicos, confessam os seus pecados ao seu chefe espiritual.
A Ordem nasceu na Anatólia e espalhou-se pelos Balcãs, tornando-se um veículo de conversão dos habitantes locais ao Islão. Com o tempo, passou a dominar o Corpo de Janízaros, a força militar de elite do Império Otomano.
Após o golpe falhado no chamado Incidente Auspicioso, em 1826, o Corpo de Janízaros foi dissolvido e a ordem Bektashi foi banida por uma fatwa do então Sultão turco.
Em 1925, a Ordem transferiu para a Albânia a sua sede. Além do icónico edifício de cúpula dourada, conhecida simplesmente como Kryegjyshata, o campus inclui também tyrbes (túmulos sagrados dos anteriores Debedabas), extensos arquivos sobre a história da Ordem, um museu e uma biblioteca.
Em 1967, o regime estalinista que então governava o país declarou a Albânia como o primeiro Estado oficialmente ateu do mundo. As mesquitas, igrejas e tekkes foram destruídas ou nacionalizadas e transformadas cinemas, salões de dança ou outros edifícios seculares.
Em 1991, após a queda do comunismo, os Bektashis reativaram o seu domínio adormecido e algo diminuído. A soberania territorial da sua sede marcaria o reconhecimento pelo Estado albanês da importância do seu tipo particular de Islão como emblema da tolerância religiosa geral do país.
Cerca de metade dos albaneses são muçulmanos, enquanto 15% são cristãos (divididos de forma equitativa entre católicos e ortodoxos). O restante terço não declara a sua religião ou é ateu. Os cristãos e os muçulmanos albaneses participam frequentemente nas festas e cerimónias religiosas uns dos outros.
Numa visita em 2014, o Papa Francisco elogiou a tolerância religiosa da Albânia como um exemplo para o mundo. Esta mensagem poderá em breve ser repetida por outro líder religioso — agora também com o seu próprio Estado.
Finalmente os muculmanos vão ter um quartel general para planear atentados e recrutamento de piadistas na Europa…. tentar oficializar casamentos com kids, amputar mãos e pés de ladrões, dar pedras a alta velocidade a adúlteros…
Finalmente vão ter um quartel general para planear atentados e recrutamento de piadistas na Europa…. tentar oficializar casamentos com kids, manicura mãos e pés de ladrões, dar pedras a alta velocidade a adúlteros…
Em Breve a Bélgica, Suécia, Alemanha, Países Baixos etc também tornar-se-ão novos califados.