Esta segunda-feira é assinalada a chegada de Colombo à América, em 1492. Porém, a estátua do navegador genovês foi desmontada e retirada de uma zona turística da capital mexicana, anunciou o Ministério da Cultura, em comunicado.
Depois de ser retirado, a pedido do governo da Cidade do México, o monumento vai ser submetido “a eventuais trabalhos de restauração“, a serem realizados pelo Instituto de Antropologia e de História (INAH) mexicano. Também quatro estátuas de frades franciscos, incluindo o espanhol Bartolomeu de las Casas, foram retiradas para restauração.
Conhecido como o explorador que descobriu a América, Colombo é agora associado, por diferentes movimentos, às agressões cometidas pelos conquistadores europeus contra os ameríndios.
Em 2021, o México comemora os 200 anos da independência e os 500 da invasão europeia e a queda de Tenochtitlan, antigo nome do país sob domínio azteca.
No início deste mês, o Presidente mexicano, Andrés Manuel Lopez Obrador, exigiu numa carta que o Vaticano, e também a coroa e o Governo espanhóis, apresentem desculpas aos povos índigenas pelas “vergonhosas atrocidades” cometidas durante a conquista espanhola, em 1521.
Em junho, a estátua do explorador Cristóvão Colombo foi retirada da cidade a que deu nome, Colombo, no Estado norte-americano do Ohio.
A mudança ocorreu enquanto monumentos da Confederação e de outras figuras históricas que reprimiram ou oprimiram outras pessoas estão a ser desmanteladas um pouco por toda a parte no território norte-americano.
As estátuas de Cristóvão Colombo têm sido alvo preferencial, entre outras, das manifestações anti-racismo, tendo já sido vandalizadas em várias cidades, como Saint Paul, no estado do Minnesota, em Richmond, Virgínia, e em Boston, onde a cabeça de uma estátua do explorador foi retirada e partida.
Protestos antirracistas em todo o país foram desencadeados pela morte de George Floyd, um afro-americano de 46 anos, em 25 de maio, em Minneapolis (Minnesota), por um polícia branco que lhe pressionou o pescoço com um joelho durante cerca de oito minutos numa operação de detenção, apesar de Floyd dizer que não conseguia respirar.
ZAP // Lusa
O presidente do México é que tem de pedir desculpa ao seu próprio povo pelas milhares de pessoas que são assassinadas todos os anos e pelas condições miseráveis em que o povo vive.
Também tem de pedir desculpa ao resto do mundo por toda a droga que deixa sair das suas fronteiras e que mata igualmente milhares de pessoas todos os anos.
Felicito-a pelo seu comentário bastante oportuno…
Aliás… se, por um lado, de alguma maneira, todos temos de pedir desculpa uns aos outros, por outro lado, é um bocado absurdo e ridículo que se peçam desculpas por atrocidades cometidas há séculos atrás, em contextos muitos diferentes dos dos tempos em que vivemos…
Aquilo que atualmente são aberrações, noutros tempos e noutros contextos era do mais normal e natural que se possa imaginar…
Do mesmo modo, aquilo que hoje faz sentido para nós, daqui a algum tempo (talvez não tanto como podemos pensar), vai ser considerado aberrante e estapafúrdio…
Então… lá vão ter os vindouros que pedir desculpas por aquilo que nós fizemos…
Não faz muito sentido… a História não se pode reescrever…
O que foi, foi… e mais nada…
Também a nível pessoal, há páginas do livro da nossa vida que bem gostaríamos de arrancar ou apagar e, como bem sabemos, não pode ser assim…
Temos que aprender a viver com a realidade… e esta não é só cor-de-rosa, também é cinzenta…
Aplaudo! É isso mesmo! Não podemos viver no faz-de-conta. As situações sucederam, temos de aprender com a História e pronto. Não podemos apagar a memória sob o risco de cometer ainda mais atrocidades
É bem verdade. E normalmente as pessoas gostam de julgar os outros mas nunca admitem os seus próprios erros.
Quem lá ficou a explorar os nativos e a terra (como fizeram os ascendentes desse presidente) é que tem que pedir desculpa!!