México acusa Carolina Herrera de apropriação cultural

Christopher Peterson / Wikimedia

A estilista norte-americana de origem venezuelana Carolina Herrera

O Governo do México enviou esta semana uma carta à estilista venezuelana Carolina Herrera e ao seu diretor de criação, Wes Gordon, na qual pede explicações sobre o uso de “desenhos e bordados de povos indígenas” na mais recente coleção da marca, a Resort 2020.

De acordo com a agência AF, o Governo mexicano acusa a marca de apropriação cultural. Por sua vez, a Carolina Herrera diz que a coleção é uma homenagem à cultura do país. “A presença do México é indiscutível nesta coleção”. “É algo que salta à vista e que a qualquer momento eu queria deixar claro como um sinal do meu amor por este país e pelo trabalho incrível que fiz lá”, apontou ainda Wes Gordon.

Na carta em causa, a secretária da Cultura do México, Alejandra Fraustro, aponta que os desenhos tomam “elementos culturais” cuja origem “está plenamente documentada”, que incluem o bordado Tenango de Doria, em Hidalgo, que por sua vez têm um significado “pessoal, família e comunidade”.

A responsável alega ainda que a coleção criou modelos com bordados de Istmo de Tehuantepec, que “dão identidade às mulheres” naquela região. Na mesma coleção existe ainda, sustenta, uma peça cuja história é evidente na “jornada do povo de Tlaxcala”.

A polémica, que desde logo incendiou as redes sociais, acontece no mesmo momento em que o Governo mexicano está a trabalhar numa lei para reivindicar e salvaguardar a cultura indígena do país.

ZAP //

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