Metrópoles do tamanho de Manhattan em asteroides. Eis as cidades do futuro

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Michael Osadciw / University of Rochester

Os asteroides podem um dia ser o lar dos futuros colonizadores espaciais, revelou um novo estudo da Universidade de Rochester, nos Estados Unidos (EUA), cujos investigadores definem como um “documento extremamente teórico”.

No estudo, publicado na Frontiers in Astronomy and Space Sciences, os investigadores criaram um método teórico que envolve um asteroide giratório, envolto em nanofribras de carbono. Esta nova teoria é uma reviravolta relativamente ao “cilindro de O’Neill”, concebido pelo físico Gerard O’Neil, em 1972.

Como lembrou o Interesting Engineering, o “cilindro de O’Neill” é um habitat giratório, constituído por dois cilindros ligados por uma haste, que giram em direções opostas. Esses cilindros giram suficientemente rápido para gerar gravidade artificial.

Neste estudo da Universidade de Rochester, os cientistas desenvolveram um projeto teórico que permitiria criar um habitat espacial sem exigir o lançamento de grandes quantidades de material para o espaço. A ideia é usar os materiais que já estão dispersos pelo cosmos, afirmaram em comunicado.

Mas um problema permaneceu. Os asteroides não são suficientemente grandes para proporcionar gravidade para um habitat espacial. Além disso, se fossem rodados com a rapidez necessária para criar gravidade artificial os asteroides desfaziam-se, visto que não foram concebidos para terem integridade estrutural como uma nave espacial.

A solução para este problema é onde entra em jogo a parte “extremamente teórica”. Os cientistas afirmaram que os futuros colonizadores espaciais poderiam “embrulhar” o asteroide num saco de malha maciça feito de nanofibras de carbono.

“Obviamente, ninguém vai construir cidades em asteroides num futuro breve, mas as tecnologias necessárias para realizar este tipo de engenharia não infringem nenhuma lei da física”, explicou o professor de física Adam Frank, que trabalhou no projeto.

Quando o asteroide fosse girado até ao ponto de se desfazer, os escombros seriam apanhados na rede de nanofibras, criando uma camada que poderia ser utilizada como estrutura exterior para um habitat espacial.

Essa camada de detritos de asteroides funcionaria como um escudo contra a radiação. Um cilindro utilizado para girar o asteroide criaria gravidade artificial suficiente na superfície interior para este fosse funcional.

“Com base nos nossos cálculos, um asteroide com 300 metros de diâmetro poderia ser convertido num habitat espacial cilíndrico com cerca de 25 metros quadrados. Esse é aproximadamente o tamanho de Manhattan”, indicou Adam Frank.

ZAP //

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