A Metro de Lisboa retirou de funcionamento um sistema de segurança e de condução automática dos comboios, avaliado em 20 milhões de euros, para manter em acção um mecanismo com 37 anos, cuja eficácia é posta em causa.
A notícia avançada pelo Jornal de Notícias adianta que a empresa que gere o Metro de Lisboa desmantelou “um sistema inteiro de segurança e condução automática das composições, que dispensava a intervenção directa do condutor, no valor de 20 milhões de euros“.
O sistema de segurança automático terá sido retirado da Linha Vermelha “porque a empresa não mostrou disponibilidade para estender o mecanismo às novas estações até ao aeroporto da Portela, como defendiam relatórios elaborados internamente”, frisa o mesmo diário.
A medida terá sido tomada contra pareceres de técnicos da própria empresa e também contra as recomendações europeias, conforme atesta o jornal, notando que no seu lugar está agora em funcionamento o Dispositivo de Travagem Automático de Via (DTAV), um mecanismo com cerca de 37 anos cuja eficácia é posta em causa.
“O DATV é um controlo pontual para o excesso de velocidade. Mas não impediu a colisão, por exemplo, que aconteceu recentemente no Aeroporto e que deixou o comboio tipo acordeão. A empresa ocultou as imagens, porque o maquinista estava cansado e acelerou na saída da estação do aeroporto. Acabou por embater no paredão porque não havia nenhum sistema de travagem”, relata um técnico da Metro de Lisboa, que não se quis identificar, ao Jornal de Notícias.
“Em 2025, o Metropolitano de Lisboa será dos mais obsoletos do Mundo, porque já o é, agora, em termos europeus. Semelhante, só na Roménia e na Bulgária”, acrescenta o mesmo técnico no diário.
“Importa dizer que a segurança do metro está a ser garantida pelos seus trabalhadores já há muito tempo, apesar das políticas de desinvestimento levadas a cabo pelo conselho de administração da empresa”, reage, por seu turno, a Federação de Sindicatos de Transportes e Comunicações numa nota à Lusa, citada pelo Jornal de Notícias.
ZAP
É assim, hoje jogam fora 20 milhões, amanhã gastam mais 40 milhões para compensar a burrice.
Se a Metro de Lisboa retirou de funcionamento um sistema de segurança e de condução automática dos comboios, avaliado em 20 milhões de euros, para manter em acção um mecanismo com 37 anos, cuja eficácia é posta em causa, foi, certamente. com o aval do Conselho de Administração. Esta medida cheira-me à substituição do sistema por outro análogo. E, para mim, fica uma pergunta no ar: – De quanto serão as luvas? É que a corrupção, infelizmente, está generalizada….