Quase metade dos portugueses não poupa para a reforma

A maioria dos portugueses está a adiar ou reduzir as suas poupanças para a reforma com a subida do custo de vida.

Um recente estudo revelou que 48% dos portugueses ainda não poupam para a reforma, um número significativamente mais elevado do que a média europeia de 38%. O inquérito, realizado pela Insurance Europe e que abrangeu 16 mil cidadãos de 15 países europeus, incluiu 1056 portugueses, destacando as dificuldades económicas enfrentadas pela população na gestão das suas finanças de longo prazo.

O estudo mostra que a crise inflacionista atual tem impactado significativamente as capacidades de poupança dos portugueses, com mais de metade dos inquiridos (57%) a adiar ou reduzir as suas contribuições para a reforma.

Em contraste, apenas 27% dos portugueses optam por um plano pessoal de poupança para a reforma, e 22% recorrem a um plano de poupança através da sua atividade profissional. Estes números evidenciam uma discrepância significativa no planeamento financeiro para a aposentadoria em comparação com outros países europeus, relata a Renascença.

O estudo também aponta que os portugueses, tal como os outros cidadãos europeus inquiridos, esperam viver até aos 80 anos e reformarem-se com cerca de 60% do seu último salário. No entanto, cerca de 70% dos portugueses admitem que precisarão de poupanças adicionais para manter a qualidade de vida durante a reforma, um valor acima da média europeia de 57%.

Luís Gonçalves Silva, professor da Faculdade de Direito de Lisboa, em declarações à Renascença, enfatizou a necessidade de criar condições económicas mais favoráveis para que os portugueses possam poupar.

“Os portugueses já têm um conjunto de instrumentos de poupança. Outros, com alguma criatividade podem ser desenvolvidos, mas é necessário que os portugueses tenham condições para poupar”, defende.

Cabe ainda ao Governo criar condições para o crescimento económico. “Não há forma de gerar e aumentar rendimentos sem base no crescimento económico. Temos modelos económicos, em muitos casos, medíocres, e uma economia que pouco ou nada cresce”, aponta.

ZAP //

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