Mesmo com o recuo da inflação, BCE insiste na subida das taxas de juro

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Stephen Jaffe / International Monetary Fund / Flickr

A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde

Passagem da inflação homóloga de 10,6% para 10% deveu-se, em grande parte, ao recuo dos preços da energia.

A recente notícia de que a inflação caiu, pela primeira vez em 17 meses, na Zona Euro não deverá acalmar as intenções do Banco Central Europeu que continuar com a sua política de subida das taxas de juro. Desde junho de 2021 que inflação homóloga registava uma sequência de subidas consecutivas, que fizeram com que o indicador passasse dos 1,9% de junho do ano passado para 10,6% de outubro deste ano.

Perante esta evolução, o BCE enveredou por uma estratégia de subida das taxas de juro para arrefecer a atividade económica, estagnando os preços. As duas reuniões com os responsáveis do organismo serviram precisamente o propósito de decidir esta política, com subidas na ordem de 0,75 pontos percentuais por cada ocasião. O revés da moeda consiste nos riscos cada vez mais reais de entrada da zona euro em recessão já na fase final deste ano.

Apesar de em novembro se ter registado uma descida do indicador, esta foi ligeira. Como tal, na próxima reunião do conselho de governadores, agendada para 15 de dezembro, a questão deverá manter-se, com as dúvidas a centrarem-se nos valores da subida: se 0,75 pontos percentuais como nas últimas ocasiões ou 0,5, como reação aos últimos números.

De acordo com o Público, há dois motivos que podem levar os governadores a não aligeirar os passos. Primeiramente, porque a passagem da inflação homóloga de 10,6% para 10% se deveu, em grande parte, ao recuo dos preços da energia. No entanto, nos restantes bens do cabaz alimentar, por exemplo, a descida não foi tão evidente. Em segundo lugar, dias antes da reunião do BCE, também é expectável que a Fed realize uma nova descida das taxas de juro. Após quatro subidas seguidas de 0,75 pontos percentuais, a mesma fonte aponta para um abrandamento do ritmo para 0,5 pontos.

A política seguida pelos Estados Unidos tem naturalmente consequências na Europa, com o bloco comunitário a ficar condicionado pelo o que o seu organismo homólogo decide. Por exemplo, o Banco Central Europeu teria dificuldade em inverter a sua política monetária antes da Fed, já que tal deveria resultar na queda do euro face ao dólar, o que resultaria em pressões inflacionistas acrescidas por causa das importações.

ZAP //

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