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“O mês de junho é decisivo para se chegar à imunidade de grupo”

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PSD / Flickr

Luis Marques Mendes

Luís Marques Mendes focou o seu comentário na visita do Presidente de República a Guiné-Bissau, fez uma análise sobre o ritmo de vacinação e sobre a política nacional.

Em relação à visita de Marcelo Rebelo de Sousa a Guiné-Bissau, que ocorreu na semana passada, o comentador considera que o que o Chefe de Estado fez “foi corajoso”, uma vez que as relações entre Portugal e a Guiné-Bissau “são relações de Estado a Estado, independentes dos regimes, dos presidentes ou dos Governos”.

Marques Mendes recordou que “o presidente da República já visitou Cabo Verde, já visitou São Tomé, já visitou Angola e Moçambique, alguns mais do que uma vez, e esquecia a Guiné-Bissau? Isto poderia dar mesmo um problema diplomático de hoje para amanhã”, pondo em evidência o sentido desta viagem, depois de uma onde de críticas à mesma.

Ainda sobre a visita a Guiné-Bissau, Marques Mendes destacou a autenticidade e a emoção dos guineenses durante a visita do Presidente, porém, não descarta a possibilidade de ter havido encenação e manipulação das autoridades, “mas ao mesmo tempo via-se nas imagens autenticidade nas pessoas”.

Por outro lado, e como já é habitual durante o seu espaço e comentário, Marques Mendes fez uma análise sobre o processo de vacinação em Portugal.

Recordou que nos quase cinco meses que Portugal já leva de plano de vacinação, foram administradas 5 milhões de doses. Atualmente já há 3,3 milhões de pessoas com uma dose e 1,6 milhões com a vacinação completa. Contudo, alerta que “uma coisa é o ritmo da vacinação, outra são os grupos de risco”.

“Isto é importante porque é aqui neste setor, basicamente a partir dos 60 anos, que há o grande número de mortes por covid. A partir do momento em que estas pessoas estão vacinadas a doença pode continuar a existir, mas já não tem o risco que tinha”. Por outro lado, apesar de “estar quase toda a gente vacinada, falta o quase”, afirma.

Relativamente ao futuro e a próxima fase de vacinação, que abrange a faixa etária 50-59 anos, 1,4 milhões de pessoas, é de mencionar que 30% já estão vacinados. “Isto já começou e vai acelerar na próxima semana e todas as vacinas são boas. Têm graus de eficácia diferentes, mas são boas”.

Luís Marques Mendes adianta ainda que “o mês de junho é decisivo para se chegar à imunidade de grupo”, pois irão começar a ser vacinadas pessoas entre os 40 e 49 anos, o que abrange 1,5 milhões de pessoas, com 11% já vacinadas, e a fase dos 30 aos 39 anos, que abrange 1,3 milhões de pessoas, com 8% já vacinadas.

Sobre as restrições à vacina Janssen, Luís Marques Mendes considera um erro. “A Janssen foi proibida abaixo dos 50 anos e eu acho que as nossas autoridades deviam repensar esta posição”.

A situação da pandemia da covid-19 em Lisboa está a agravar-se e na próxima semana o concelho de Lisboa deverá ficar em situação de alerta, diz o comentador.

Um outro tema que marcou a semana foi a Comissão de Inquérito do Novo Banco, e sobre este assunto, o comentador já “sabe bem o que a casa gasta”.

Considera assim que a imagem que “estes senhores todos têm dado de si próprios ao país é uma imagem desgraçada, inqualificável. É a imagem de maus empresários, maus gestores, pessoas sem caráter, sem princípios, regras e valores. Com muita arrogância, com um enorme descaramento, para não dizer uma lata do outro mundo. É uma coisa inqualificável”.

A nível de política nacional, destacou o mau estar à direita e a semana horribilis de Rui Rio

Marques Mendes recorda que as sondagens andam a dar mínimos históricos a Rui Rio. Há um mau estar que, do ponto de vista de Luís Marques Mendes, consiste nesta perceção pública “de que o PSD se está a aproximar do Chega”. E cria um outro problema: “É que o PSD está a entregar de mão beijada o centro ao PS”.

Para o comentador, a falta de causas do PSD não se justifica. “Era fácil ter causas, como por exemplo a da defesa da classe média, fustigada por impostos, taxas e taxinhas. Porque é que o PSD não agarra nesta causa?”, questiona Luís Marques Mendes.

Ana Isabel Moura, ZAP //

 

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