Kiev avança em Donetsk com olhos postos em Bakhmut. Ex-Wagner estão de volta

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As tropas ucranianas avançaram na frente oriental de Donetsk, para onde regressaram cerca de 500 ex-mercenários do desmantelado Grupo Wagner, que agora estão no território do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia para participar nas hostilidades.

As tropas ucranianas avançaram na frente oriental de Donetsk, para onde regressaram cerca de 500 ex-mercenários do desmantelado Grupo Wagner, enquanto na região sudeste de Zaporijia o Exército Russo constrói novas fortificações em redor da cidade estratégica de Tokmak.

“Recebi relatórios sobre a situação na frente, o fornecimento de equipamentos e munições e dados dos serviços de informação. Há progressos na área de Donetsk”, afirmou esta quarta-feira o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelenskyy, sem dar mais detalhes.

O porta-voz do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia, Ilya Yevlash, disse esta quarta-feira que os militares tiveram “sucesso” perto das cidades libertadas de Klishchivka, Odradivka e Shumy, todas a sul da cidade ocupada de Bakhmut.

As tropas russas estão a tentar por todos os meios recuperar posições perdidas em torno de Klishchivka e da cidade vizinha de Andriivka (que também foi libertada pela Ucrânia), atacando e disparando constantemente contra estas duas aldeias, observou. Foi nesta zona da frente que, em maio passado, os mercenários russos do Grupo Wagner tomaram o controlo da cidade de Bakhmut, após uma batalha de dez meses.

500 Wagner de volta, mas “Prigozhin já não está aqui”

Após a fracassada rebelião mercenária no final de junho passado, o grupo do falecido empresário Yevgeny Prigozhin foi desmantelado e os combatentes tiveram de se subordinar com contratos ao Ministério da Defesa russo ou permanecer no exílio na Bielorrússia.

Yevlash confirmou esta quarta-feira ao jornal RBC-Ucrânia que “os membros do grupo Wagner estão no território do Grupo Oriental das Forças Armadas da Ucrânia”.

“São combatentes que estiveram na Bielorrússia. Agora os seus campos estão a ser desmantelados. Havia cerca de 8.000 deles naquele país e agora alguns foram para África e outros negociaram contratos com o Ministério da Defesa russo e regressam para aqui, para o leste da Ucrânia, para participar nas hostilidades, tanto como instrutores como enquanto militares”, explicou.

Segundo o porta-voz, são cerca de 500 combatentes e “não representam uma ameaça significativa, uma vez que o seu líder, Prigozhin, já não está aqui”, depois de morrer num acidente de avião ainda não esclarecido, em agosto, num acontecimento cuja responsabilidade muitos atribuem ao Kremlin.

O autor de um blogue militar pró-Kremlin, Rybar, afirmou na véspera que as primeiras unidades Wagner “começaram a retornar a Bakhmut para contra-atacar posições anteriormente perdidas”.

O núcleo deste grupo teria sido afiliado às empresas mercenárias Redut e ao Corpo de Voluntários do Ministério da Defesa Russo. Os restantes dos mercenários Wagner estariam a negociar através do seu suposto novo líder, Anton Yelizárov (conhecido como Lotus), com a Guarda Nacional Russa sobre a inclusão de destacamentos sob a sua responsabilidade. A Duma russa ou câmara baixa pretende estudar em breve um projeto de lei que permitiria à Guarda Nacional incluir “formações voluntárias”.

Por sua vez, na frente sudeste de Zaporijia, onde a contraofensiva ucraniana teve o maior sucesso em seis meses, o presidente da câmara da cidade ocupada de Melitopol, Ivan Fyodorov, observou no Telegram que os russos “continuam a construir fortificações”.

As tropas ucranianas tentam avançar em direção a Melitopol a partir da cidade libertada de Robotyne e também de Verbove, em cujo flanco ocidental poderão abrir uma passagem na segunda linha de defesa da Rússia.

Antes de chegar a Melitopol, têm de tomar a estratégica cidade de Tokmak, cerca de 30 quilómetros a sul, já que daí existem duas estradas: uma para aquela cidade ocupada pela Rússia e outra para Berdiansk, porto também controlado pelas tropas inimigas.

Dois ucranianos condenados

Noutro desenvolvimento da situação do conflito, dois cidadãos ucranianos foram esta quarta-feira condenados na Crimeia a 15 e 17 anos de prisão, depois de terem sido considerados culpados de espionagem pelo Supremo Tribunal da península anexada pela Rússia.

“O Supremo Tribunal da República da Crimeia concluiu a audiência do julgamento em que os cidadãos ucranianos S. Kotov e N. Petrovsky foram considerados culpados de espionagem”, afirmou a mais alta instância judicial da Crimeia num comunicado divulgado pela agência Interfax. O julgamento foi realizado à porta fechada porque os elementos do caso constituíam segredo de Estado, explicou a assessoria de imprensa do Supremo Tribunal.

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Será que a máquina de propaganda ucraniana é uma boa fonte de informação?…Ninguém leva em conta a possiblidade de os ucranianos mentirem sistematicamente?…

  2. Já cá faltava o agente moscovita NCS, que só acredita no media russos! Os Ucranianos foram inicialmente desmentidos sobre uns artefactos russos caídos em solo romeno e verificou-se depois que tinham razão. Só um exemplo da desinformação e de quem mais mente.

  3. Acho que o zé tuga é mais soviético! Mas nunca lá viveu porque, caso contrário, tinha de lá fugido na primeira oportunidade, juntamente com Nuno Cardoso da Silva.
    O que vale é que nas próximas legislativas vão levantar voo do parlamento e só param em Moscovo.
    Gostava que eles me respondessem: o que diriam se a Espanha nos abocanhasse uma parte do território. Como, ailás, já nos fizeram com Olivença.
    Não passam de 2 putinistas encartados. Mas que não querem ir morar para lá…

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