MEO oferece sete euros à hora a enfermeiros e farmacêuticos para trabalharem na linha SNS24

A bastonária da Ordem dos Enfermeiros já reagiu aos valores propostos para que enfermeiros e farmacêuticos trabalhem na linha SNS24, considerando que “não são aceitáveis”.

Segundo o jornal Público, os contratos que estão a ser propostos a enfermeiros e a farmacêuticos para trabalharem na linha SNS24 oferecem uma remuneração de apenas sete euros à hora, valor bastante abaixo do que um enfermeiro recebe no Serviço Nacional de Saúde (SNS).

Além deste valor por cada hora de trabalho, a operadora MEO, que é a entidade que gere a linha, oferece também um seguro para acidentes de trabalho e uma ação de formação à distância com a duração de uma hora. A empresa deixa ainda a possibilidade de os candidatos escolherem um turno de quatro horas diárias consecutivas, num intervalo que vai das 07h00 às 22h00, acrescenta o diário.

Perante esta situação, o grupo parlamentar do Bloco de Esquerda já questionou o Ministério da Saúde sobre o montante pago à Altice (empresa detentora da MEO) por cada profissional do serviço SNS24.

A proposta também originou críticas por parte da bastonária da Ordem dos Enfermeiros, Ana Rita Cavaco, que, quando viu o pedido de divulgação deste recrutamento chegar ao seu gabinete, se recusou a divulgá-lo.

Se é para contar tostões que contem sozinhos, porque os enfermeiros já estão a dar tudo o que podem dar no SNS”, afirmou a responsável ao Público, acrescentando que “o valor que oferecem não é aceitável” e que “há países a oferecer o triplo do salário aos enfermeiros, com casa e contratos”.

De acordo com a bastonária, também começam a surgir relatos de enfermeiros que se candidataram que “estão a ser chamados para trabalhar nos call centers e não em casa como foi anunciado”.

Ana Rita Cavaco disse também que o próprio presidente dos Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS), responsável pela linha SNS24, Luís Goes Pinheiro, concordou que estas “não são condições atrativas para os enfermeiros” e ter-se-á disposto a tentar negociar com a operadora a respetiva melhoria do que é agora proposto.

Ao jornal, porém, a SPMS limitou-se a afirmar que “as ordens profissionais não constituem parte nos contratos profissionais de saúde do SNS24, pelo que a sua intervenção esgota-se na promoção da divulgação das oportunidades de emprego”.

Do lado da Ordem dos Farmacêuticos, esta optou por divulgar a ação de recrutamento, mas fez questão de se demarcar das condições propostas, pois “não tem qualquer envolvimento nas condições contratuais e remuneratórias oferecidas aos candidatos farmacêuticos”.

ZAP //

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