Mensagem antissemita projetada na fachada da Casa de Anne Frank

Public Domain Pictures / Guy Percival

Casa Museu de Anne Frank, em Amesterdão

Situação está a ser investigada pelas autoridades locais e já foi lamentada pelo pelo primeiro-ministro dos Países Baixos.

Uma mensagem ofensiva e de caráter antissemita, com acusações sobre a veracidade do livro O Diário de Anne Frank, foi projetada na fachada da Casa de Anne Frank, em Amesterdão, que atualmente funciona como museu. O acontecimento foi confirmado pela própria direção, que encarou o sucedido com “choque” e “repulsa“.

A projeção feita na casa onde a família de Frank se escondeu durante a Segunda Guerra Mundial continha a frase “Anne Frank, inventora da esferográfica“.

Trata-se de uma referência a uma teoria de conspiração amplamente difundida pela extrema-direita do país e que defende que o diário era uma falsificação. A justificação dos conspiracionistas é que parte do livro foi escrito com recurso a esferográfica, que ainda não era usada quando Anne vivia.

No entanto, a teoria foi meticulosa e cientificamente refutada pelo governo holandês, de acordo com o The New York Times. Esta alegação (falsa) é utilizada precisamente para questionar ou negar o Holocausto.

As imagens da projeção apareceram num vídeo partilhado em canais de Telegram dos Estados Unidos da América, avançou ainda o museu, citado pela NPR.

A polícia neerlandesa está a investigar o incidente, de acordo com a Associated Press, ao passo que o museu permanece em contacto com as autoridades locais e a Câmara Municipal de Amesterdão. O primeiro-ministro neerlandês Mark Rutte também já abordou o tema, referindo-se à projeção como “repreensível” e dizendo que “não há lugar para o antisemitismo no país”.

Anne Frank era uma jovem judia que escreveu um diário enquanto lutava pela sua sobrevivência durante dois anos, durante a Segunda Guerra Mundial. O diário acabou por se tornar um dos livros mais vendidos de todos os tempos, com mais de 30 milhões de cópias vendidas e traduções em dezenas de línguas.

Nele é possível ler relatos da sua vida, sentimentos e pensamentos durante o período em que viveu escondida. Anne morreu num campo de concentração em 1945, poucos tempos antes da libertação.  “O diário de Anne Frank é um dos mais importantes testemunhos da perseguição dos judeus durante a Segunda Guerra Mundial”, realça a declaração do museu.

ZAP //

Siga o ZAP no Whatsapp

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.