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Menos de metade dos alunos atinge nível esperado em conhecimentos elementares

Menos de metade dos alunos do 6.º e 9.º ano mostrou ter o nível esperado em conhecimentos elementares no diagnóstico feito pelo Instituto de Avaliação Educativa (Iave), que visava verificar o impacto do primeiro confinamento na aprendizagem, através de testes sobre Matemática, Leitura e Ciências.

Apresentados esta segunda-feira, os resultados mostraram que, na leitura, 47,1% dos alunos do 9.º ano tinha conhecimentos de nível 1, o mais básico na identificação de “informação explícita num texto”. No 6.º ano, 41,9% atingiu o mesmo nível 1, noticiou o Público. O Iave hierarquizou as questões em quatro níveis, em função da dificuldade.

Na apresentação dos resultados, o secretário de Estado da Educação, João Costa, indicou que as dificuldades dos alunos nos níveis mais elevados “não é diferente” da registada em outros instrumentos de avaliação, demonstrando a sua preocupação com as “percentagens elevadas” nas performances inferiores ao esperado “em itens de nível mais simples”.

Na literacia científica, 44,1% dos alunos do 9.º e 48,7% do 6.º ano demonstraram os conhecimentos esperados no nível mais elementar. Na matemática, 39,5% (9.º ano) e 44,4% (6.º ano) atingiu esse nível.

Os resultados são melhores no 3.º ano, onde a maioria dos alunos esteve acima do patamar de conhecimentos esperado em ciências (62,3%), matemática (62,6%) e na leitura (51,4%).

Alguns destes resultados, apontou João Costa, são obtidos “independentemente da pandemia”, correspondendo a debilidades estruturais dos alunos. Os indicadores, contudo, permitem perceber “um impacto” do ensino remoto. São “dois anos bastante perturbados pela pandemia”, o que “implica uma ação para os próximos anos”, sublinhou.

“É prematuro neste momento estar a apontar para qualquer solução”, continuou, informando que o Ministério da Educação criou um grupo de trabalho para desenvolver um plano para a recuperação das aprendizagens, até ao final de abril.

O grupo contará com os docentes Susana Peralta (Nova SBE), Domingos Fernandes (ISCTE), João Pedro da Ponte (Universidade de Lisboa), Sónia Valente Rodrigues (Universidade do Porto) e os professores do ensino básico e secundário José Jorge Teixeira, (agrupamento de Escolas Dr. Júlio Martins), David Sousa (diretor da escola Frei Gonçalo de Azevedo) e Júlia Gradeço (diretora do agrupamento de escolas de Oliveira do Bairro).

Também a especialista em Saúde Mental Margarida Gaspar de Matos e a vice-presidente da Ordem dos Psicólogos, Sofia Ramalho, farão parte do grupo, cujas recomendações elaboradas serão não vinculativas.

João Costa, referiu o Observador, defendeu “um olhar multidisciplinar” para definir a melhor forma de atuar. “Não posso fazer uma lista do que é preciso na área de português, ignorando as outras dimensões comprometidas que podem afetar o sucesso escolar dos alunos”, frisou.

Taísa Pagno //

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