Somos menos, casamos pouco e continuamos pobres. Estes são os portugueses nos últimos 10 anos

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A população portuguesa diminuiu nos últimos dez anos e o número de idosos aumentou 18%, passando de 115 idosos por cada 100 jovens, em 2008, para 157 idosos por cada 100 jovens na atualidade.

Os números fazem parte de um novo “Retrato de Portugal” feito pela Pordata, uma base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos, a propósito do Dia Mundial da População, que se assinala esta quinta-feira.

Comemorando o 10.º aniversário da Fundação, a Pordata faz um retrato sobre a evolução da população nos últimos dez anos, no qual se destaca o envelhecimento como uma das grandes mudanças: menos 2,6% de pessoas, mais 18,3% de idosos.

Em 2008 o número de idosos por cada 100 pessoas em idade ativa era de 27, em 2018 eram já 34 idosos por cada 100. Com esta evolução o índice de envelhecimento (população com 65 e mais anos/população com menos de 15 anos) passou de 115% em 2008 para 157% em 2018.

Em dez anos aumentou também a esperança média de vida à nascença, de 78,7 anos para 80,8 anos, especialmente para os homens.

Se houve um saldo populacional positivo em 2008 (número obtido pelo total de nascimentos e mortes e de imigrantes e emigrantes) o país perdeu no ano passado 14,4 mil pessoas. Houve mais gente a entrar, mas o saldo natural (diferença entre número de mortes e de nascimentos) foi o mais baixo desde 2008 (em 2018 nasceram menos 17,6 mil crianças se comparando com 2008).

Segundo os números apresentados pela Pordata, aumentou o número de imigrantes, cerca de 43 mil no ano passado, mais 13 mil que há dez anos. Mas também aumentou o número dos que saíram: 31 mil em 2018, mais 11 mil do que em 2008.

A última década mostra ainda outros valores curiosos, como ter aumentado em 20 pontos percentuais os nascimentos entre pais não casados. Em 19% destes casos, os pais nem viviam juntos (mais 12 pontos percentuais em relação a 2008). Aumentou também o número de crianças nascidas de pais que já tinham filhos de outros relacionamentos (17% do total de nascidos, contra 12% há 10 anos).

Houve uma diminuição do número de casamentos, menos nove mil, com cerca de 2% a serem casamentos entre pessoas do mesmo sexo (em 2018, em 2008 não era permitido). Dos casamentos de 2018 um em cada três foi católico, ainda que os casamentos católicos diminuíram em 12 pontos percentuais face a 2008.

“Assistiu-se, entre 2008 e 2018, a um aumento das famílias de uma pessoa (em 37%), de famílias monoparentais (em 47%) e de casais sem filhos (14%). Por sua vez, decresceram os casais com filhos (em 9%) e outros tipos de composição familiar (em 27%)”, diz ainda a Pordata no retrato que faz de Portugal.

De resto dizem também os números comparados que a taxa de risco de pobreza diminuiu ligeiramente de 2007 para 2017, que em 10 anos diminuiu em 11 pontos percentuais a população apenas com o ensino básico, e que houve uma descida de 23 pontos percentuais na taxa de abandono escolar.

Na Saúde, os números foram a subir. Em 2018 estavam registados na Ordem dos Médicos quase 52 mil profissionais e, na Ordem dos Enfermeiros, 71,6 mil. Face a 2008, o aumento foi de mais de 14 mil médicos e de cerca de 17,5 mil enfermeiros.

// Lusa

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11 Comments

  1. E para concluir:
    Continuem a permitir o trabalho por turnos, aos domingos, aos feriados, etc. E os jovens responsáveis, vão ter filhos aos 50 anos. Neste estudo falta segmentar os nascimentos do primeiro filho por idade da progenitora, nível de qualificação, habilitações, vinculo laboral…… e aí sim, poderíamos ver onde está o problema do decréscimo populacional. Mas, preferem importar imigrantes para tapar a incompetência dos politicos no problema da baixa natalidade no nosso país. E podem montar esquemas de incentivos que, quem os vai procurar, não são os cidadãos responsáveis e capazes de oferecer uma educação capaz aos filhos, mas sim os que vivem do RSI e os NENEN…

  2. Está situação é a receita perfeita para em meia duzia de anos termos dos piores problemas populacionais e crise social que os Portugueses alguma vez tiveram na sua história…
    Estamos tramados!!!

  3. Nem percebo qual é a cena do casamento…
    Pra mim é dispensável e pelo que vejo cada vez mais é assim, as pessoas não precisam de ter um contrato para se sentirem comprometidas, é coisa do passado!
    E como há cada vez mais ateus e agnósticos, e como o casamento tinha uma ligação muito forte à religião, as pessoas deixam de casar!
    É esse o futuro, a extinção desse contrato matrimonial.

  4. Mesmo que incompleto em alguns aspectos,parece-me um trabalho muitoi nteressante para o Estado definir projectos para o futuro da Segurança Social,adaptados ás novas realidades sociais

  5. Ter filhos , implica poder sustenta-los, educa-los como deve ser, ter meios económicos a altura, geralmente leva-los para além de aquilo que conseguimos nós mesmos em termos profissionais. Portanto como se vê, muitos não tem meios suficientes, para os ter com toda a responsabilidade requerida para garantir o futuro “saudável” dos filhos que gostariam de ter. Muitos com filhos com baixa idade, não hesitam a imigrar para Países com melhores condições. Isso já o constatei por mim mesmo na área onde vivo !

  6. Somos um país de depenados, Nascemos perfeito e saudáveis mas ao longo da vida os portugueses tendem em seguir o exemplo Pai (o pai é ladrão) logo filhos sérios são marginalizados e sabem como é ; Barrabás era ladrão e adorado pelo povo.

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