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Taxa de desemprego baixou em março, mas há menos 26,2 mil pessoas a trabalhar

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A taxa de desemprego baixou em março para 6,2%, mas, segundo o INE, a covid-19 está a prejudicar o apuramento estatístico.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), a taxa de desemprego baixou em março para 6,2%. Este número é mais baixo do que o verificado em fevereiro, inferior ao que se registava três meses antes e menor do que o do período homólogo.

No entanto, destaca o Jornal de Negócios, há menos 26,2 mil pessoas a trabalhar face a fevereiro, o que sugere que muitos dos trabalhadores que perdem o emprego passam diretamente para uma situação de inatividade, não contando como desempregados.

O INE alerta, porém, para o “especial cuidado” a ter na análise das estimativas provisórias apresentadas, uma vez que os dados são influenciados pela situação atual determinada pela pandemia de covid-19, “seja pela natural perturbação associada ao impacto da pandemia na obtenção de informação primária, seja pelas alterações comportamentais decorrentes das medidas de salvaguarda da saúde pública adotadas”.

“Pessoas anteriormente classificadas como desempregadas e pessoas que efetivamente perderam o seu emprego devido à pandemia, e que em circunstâncias normais seriam classificadas como desempregadas, podem agora ser classificadas como inativas, devido às restrições à mobilidade, à redução ou mesmo interrupção dos canais normais de informação sobre ofertas de trabalho em consequência do encerramento parcial ou mesmo total de uma proporção muito significativa de empresas”, explica o INE.

No fundo, estas pessoas não fizeram uma procura ativa de emprego e, por esse motivo, não são consideradas desempregadas, embora tenham perdido o seu posto de trabalho.

Da mesma forma, as pessoas que digam que não têm disponibilidade para trabalhar na semana de referência do inquérito, ou nos 15 dias seguintes, não são consideradas desempregadas – e isto pode estar a acontecer com maior frequência porque muitas pessoas tiveram de ficar em casa para cuidar dos filhos ou de outros dependentes.

Estas pessoas são consideradas inativas e não desempregadas. Como consequência, a  população inativa aumentou em 39,5 mil pessoas, o equivalente a uma subida de 1,5%.

No mesmo mês, a subutilização do trabalho abrangeu 663,6 mil pessoas, o que correspondeu a uma taxa de subutilização do trabalho de 12,4%. A subutilização do trabalho é um indicador que agrega a população desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não disponíveis para trabalhar e os inativos disponíveis, mas que não procuram emprego.

Dadas as restrições à mobilidade associadas à pandemia, a análise da evolução deste indicador é particularmente relevante neste contexto, avisa o instituto.

Dados preliminares: desemprego sobe em abril

Segundo uma estimativa provisória feita pelo Instituto Nacional de Estatística, a taxa de desemprego em Portugal subiu, em abril, para 6,3%. Os 6,3% estimados significam que 319.400 as pessoas estavam sem emprego – um aumento de 0,1 pontos percentuais em relação a março, mês em que a taxa revista foi de 6,2%.

No entanto, a estimativa rápida do INE não é fácil de comparar com os meses anteriores e o próprio instituto admite dificuldade na recolha de dados. A estimativa provisória da taxa de subutilização do trabalho ascendeu a 13,3%, superior em 0,9 pontos percentuais à do mês anterior.

Segundo o instituto, os jovens são os mais afetados. A taxa de desemprego entre os mais novos aumentou 1,9 pontos percentuais em abril, para 20,2%. Já a taxa de desemprego dos adultos foi estimada em 5,3%, igual à de março.

ZAP // Lusa

1 Comment

  1. Contas à Costa. As pessoas deixam de trabalhar mas o desemprego não aumenta.
    Faz lembrar aqueles apoios às empresas que nenhuma recebe. Ou os apoios aos precários que nunca chegam. Enfim, aparentemente e a avaliar pelas sondagens ainda há muitos portugueses que se deixam enganar.

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