Duas meninas paquistanesas, que nasceram unidas pela cabeça num caso raro de siamesas, foram separadas com sucesso num hospital de Londres e já tiveram alta.
Nascidas em janeiro de 2017, na cidade de Charsadda, no centro do Paquistão, Safa e Marwa Ullah partilhavam o crânio – não os cérebros – e vasos sanguíneos, relatou o Expresso na terça-feira.
Os procedimentos médicos decorreram durante quatro meses e envolveram mais de 100 profissionais de várias especialidades: craniofacial, neurologia, psicologia, radiologia, fisioterapia e enfermagem.
A primeira operação realizou-se em outubro de 2018, tinham as meninas 19 meses. A última, que concretizou a separação, realizou-se a 11 de fevereiro passado. Ao todo, Safa e Marwa passaram mais de 50 horas em cirurgias.
Para melhor estudar o caso e preparar as intervenções cirúrgicas, a equipa socorreu-se de tecnologia de realidade virtual para criar réplicas anatómicas das crianças. Foram também produzidos modelos em plástico em impressoras 3D para praticar.
Atendendo à complexidade do caso, o próprio hospital – Great Ormond Street hospital (GOSH) – divulgou um vídeo explicativo dos procedimentos efetuados.
O tratamento foi financiado por um doador privado que o jornal Daily Mail identificou como sendo o empresário paquistanês, Murtaza Lakhani.
Safa e Marwa continuam a viver em Londres, onde todos os dias fazem fisioterapia, na companhia da mãe e do avô – o pai faleceu de ataque cardíaco durante a gravidez. Deverão estar de regresso ao Paquistão no próximo ano, com vidas independentes e um milagre comum para partilhar.