A polícia indiana está a investigar os pais de uma jovem de 13 anos que morreu, na semana passada, depois de ter feito um jejum religioso de 68 dias.
De acordo com a BBC, as autoridades querem saber se Aradhana Samdariya foi obrigada a jejuar.
A menina de 13 anos morreu na semana passada, depois de 68 dias em jejum religioso, mas os pais garantem que foi Aradhana quem se voluntariou para o fazer.
O caso levantou um aceso debate sobre esta prática religiosa na Índia, que é muito comum em religiões como o jainismo, o hinduísmo e o budismo.
Segundo alguns relatos, citados pela emissora britânica, a menor privou-se de toda a comida e bebeu apenas água fervida.
Um representante da polícia indiana diz que a investigação foi aberta depois de uma organização dos direitos da criança ter apresentado queixa.
“Os pais – Laxmi Chand e Manshi Samdariya – foram acusados de homicídio por negligência e de crueldade contra menores”, afirmou.
Por sua vez, os progenitores, joalheiros de uma família abastada, continuam a insistir que não obrigaram a filha a tomar esta atitude.
“Ela pediu-nos permissão para seguir o ‘upvaas’ [jejum que consiste numa privação total de alimentos]. Pedimos-lhe para parar, depois de 51 dias, mas não desistiu. O seu jejum foi voluntário. Ninguém a forçou”, garante o pai.
“O negócio ia prosperar”
No entanto, ativistas indianos rejeitam a versão apresentada pela família e alertam para o facto desta prática religiosa ainda existir em pleno século XXI.
“Toda a nação devia estar envergonhada por saber que estas práticas ainda existem. O guru do pai aconselhou a família que, se a menina fizesse jejum durante 68 dias, o negócio ia prosperar“, contou à BBC o ativista Achyut Rao.
“A criança esteve todos estes dias a beber apenas água, desde o nascer ao pôr-do-sol. A água nem tinha sal, nem limão, nem nada parecido”, continua.
O ativista também critica o facto de a família ter feito uma procissão à menina como se esta fosse “uma santa”.
“O aspeto chocante deste caso é o facto dos pais estarem felizes pela sua filha ter sido aquela que foi ‘levada por Deus'”, lamenta.
No jainismo, o jejum é uma prática religiosa muito comum e os seus líderes continuam a defendê-la, alertando apenas para que não seja feita por mulheres grávidas ou pessoas doentes.
De acordo com a BBC, há até uma variação mais radical, apelidada de ‘santhara’, na qual os crentes não comem nem bebem, como uma forma de preparação para a morte.
ZAP / BBC
Mais uma vez fica provado que as religiões e a estupidez andam e mão dada!…
Isto de religiões parece ser de facto a causa principal de divisão entre as pessoas e o caminho para a prática de muitas loucuras consoante a dose de intolerância que cada uma aplicar na sua receita, se Deus existe será que haverá um Deus para cada religião?