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Menina de 9 anos que nasceu sem um olho recebe um substituto biónico

Lauren Hauxwell

Myah Hauxwell nasceu com microftalmia grave, ou síndrome do olho pequeno

Myah Hauxwell é o nome de uma menina de 9 anos que nasceu sem um olho e que se recusou inclusive a sair de casa após vários episódios de bullying. A criança que foi muitas apelidada de “feia” pela sua aparência, recebeu agora um olho biónico de última geração.

O caso de Myah Hauxwell é extremamente raro e afeta cerca de 30 bebés por ano no Reino Unido.

Trata-se de uma microftalmia grave, ou síndrome do olho pequeno, em que este para de se desenvolver durante a gravidez.

Ao longo da sua vida, Myah passou por mais de 20 cirurgias, tendo tentado implantar várias próteses oculares de modo a manter o formato de órbita.

A mãe de Myah, Lauren, afirma que a filha recebia vários comentários depreciativos devido à sua condição, com alguns casos de agressão física.

Depois de ter partilhado a sua história na BBC, Myah conseguiu arrecadar cerca de 15 000 libras num crowdfunding em apenas dois dias. Com este dinheiro, conseguiu viajar até ao Estados Unidos da América em busca de uma possível cura – um novo olho robótico.

Durante os seis dias em que a família esteve em Los Angeles, a jovem Myah foi sujeita a várias intervenções médicas, realizadas pelo Dr. John Stople, que permitiram introduzir uma prótese ocular biónica com uma íris digital e pupila dilatada. Além deste, Myah ganhou ainda um “olho de reserva”.

O olho biónico, também conhecido como prótese ocular eletrónica, é um dispositivo tecnológico que permite restaurar parcialmente a visão. A prótese é implantada no olho através de uma cirurgia e é projetada de forma a estimular diretamente o nervo ótico, permitindo ao recetor detetar a luz.

Lauren afirma que a filha quer agora tornar-se modelo e defender outras pessoas com deficiência e “mostrar ao mundo que é normal ser diferente”.

Além do olho biónico, Myah teve ainda direito a um bónus extra – uma t’shirt de futebol autografada por Scott e acompanhada por uma mensagem em forma de vídeo.

A mãe de Myah explicou também que só descobriu que a sua filha tinha esta doença no dia em que nasceu, uma vez que nenhum dos exames realizados durante a gravidez apontaram para nenhuma anomalia.

Após o nascimento, foi possível perceber que um dos seus olhos estava afundado para dentro e que não parecia estar a funcionar corretamente.

Assim que soube da possibilidade de tratamento, Lauren descreve a sensação como “indescritível e melhor do que eu alguma vez imaginei. Eu sempre tive esperança e agora sinto-me eternamente grata por todos os que nos apoiaram para conseguir este final”.

A pequena Myah parece estar agora mais feliz do que nunca. Devido aos episódios de bullying, começou agora a estudar numa nova escola onde está a fazer novos amigos. Segundo a mãe, “ela só quer sair de casa e divertir-se com os seus hobbies, seja cantar, dançar ou jogar futebol”.

Não restam dúvidas de que os avanços científicos nos campos da medicina e tecnologia tem ajudado cada vez mais crianças e adultos com deficiências a ter uma melhor qualidade de vida.

Patrícia Carvalho, ZAP //

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