“Menina biónica” de 7 anos não sente dor, fome nem cansaço

(dr) The Huddersfield Daily

Olivia Farnsworth, a menina que não sente dor, fome nem cansaço

Olivia Farnsworth, a menina que não sente dor, fome nem cansaço

Com apenas sete anos de idade, a jovem britânica não sente dor, cansaço ou fome devido a um distúrbio que afeta os seus cromossomas.

Batizada pelos médicos de “menina biónica”, Olivia Farnsworth podia ser mais uma personagem da banda desenhada cheia de super-poderes mas é, na verdade, um caso real.

Em entrevista ao The Huffington Post, a mãe da menina, Niki Trepak, diz que sentiu que ela era diferente desde o dia em que nasceu.

“Eu já tinha tido dois filhos antes de a Olivia chegar, então eu percebi que ela não era igual a eles”, afirmou ao jornal britânico.

“No início, ela não dormia mas achei simplesmente que era um bebé agitado. (…) Porém, à medida que ficava mais velha, ela nunca precisava de dormir. Dormia aproximadamente duas horas por noite e nunca ficava cansada”, conta.

A menina toma agora uma medicação que a ajuda a dormir, conseguindo descansar durante seis horas por noite. Apesar disso, este é apenas um dos vários ‘super-poderes’ causados por este distúrbio.

Olivia não sente qualquer tipo de dor e, por isso, não tem noção do perigo. Caso disso foi a vez em que foi atropelada por um carro sem sentir absolutamente nada.

“Foi arrastada por quase 40 metros de estrada. Eu gritava, assim como os meus outros filhos, mas a Olivia estava tipo ‘O que é que está a acontecer?’. Ela apenas se levantou e começou a caminhar na minha direção”, recorda Niki.

Na altura, os médicos afirmaram que a menina podia ter tido lesões bastantes graves, algo que não chegou a acontecer porque o corpo não se encontrava tenso. Além de uma marca de pneus no peito, os únicos ferimentos que teve foram alguns arranhões.

Por último, Olivia não sente qualquer necessidade de comer e desde cedo começou a rejeitar qualquer tipo de alimento.

“Quando tinha nove meses, começou a rejeitar o meu leite. Pensei que não gostava dele mas, desde então, ela nunca mais gostou de alimentos”, conta a mãe.

Atualmente, a menina é praticamente ‘obrigada’ a comer e, por exemplo, na escola só o faz porque todas as outras crianças o fazem.

“Em casa, ela passa por fases em que come a mesma coisa durante meses e depois para – uma vez foram batidos, outra sanduíches com manteiga e ainda macarrão com frango”.

Apesar de ocasionalmente ter explosões emocionais e apresentar alguns comportamentos violentos, a mãe diz que Olivia é uma menina feliz.

“Ela não deixa que nada disto a afete porque, para ela, é normal nunca ter experimentado sensações como a dor, a fome ou o cansaço”, justifica a mãe.

Em declarações ao mesmo jornal, Niki quer expor o caso da filha para que as pessoas deixem de pensar que há “alguma coisa errada” com a menina e que “parem de julgar”.

A família recebe apoio do Unique, um grupo que dá suporte neste tipo de casos. Beverley Searle, responsável pela organização, diz que Olivia é o primeiro caso deste tipo a nível mundial.

“Este é um caso super raro. A Olivia tem uma condição que está no mesmo grupo de pessoas com supressão do ‘6p’. No nosso banco de dados mundial, existem apenas 100 pessoas com a supressão do ‘6p’ – isto entre 15 mil casos a nível mundial”.

ZAP / Hypescience

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