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Um dos membros de “La Manada” foi reintegrado no Exército

Kai Foersterling / EPA

Milhares de pessoas protestaram em várias cidades espanholas contra a sentença do caso “La Manada”

Um dos cinco membros do grupo “La Manada”, condenado por abuso sexual, foi agora reintegrado no Exército, enquanto aguarda decisão do Supremo Tribunal.

Alfonso Jesús Cabezuelo, um dos cinco membros do grupo “La Manada” e condenado a nove anos de prisão por abuso sexual a uma jovem nas festas de San Fermín, em Pamplona, em 2016, foi reintegrado no Exército esta terça-feira.

Segundo o Boletim Oficial de Defesa, o agressor foi reintegrado depois de cumprir seis meses de suspensão de funções. Cabezuelo estava destacado numa Unidade Militar de Emergências na província de Cádiz e fica agora a aguardar informações sobre o seu destacamento.

De acordo com a TVI24, o Ministério da Defesa Espanhol não irá colocar Cabezuelo num posto até que o Supremo Tribunal tome uma decisão. O militar está, desde o dia 22 de junho, em liberdade condicional.

A legislação espanhola dita que a suspensão de funções de um militar do Exército é uma medida temporária de precaução que só pode durar, no máximo, seis meses. Depois desse período, é obrigatoriamente levantada. Assim sendo, o militar regressa ao serviço e recupera todo o seu salário base. Até à data, o Exército pagava-lhe apenas 75% do salário, sem complementos.

Além do caso ocorrido em Pamplona, Cabezuelo aguarda ainda o encerramento de uma investigação a uma ocorrência semelhante em Pozoblanco, na Andaluzia, na qual responde juntamente com outros três membros do grupo “La Manada”.

Um membro do observatório da vida militar, Mariano Casado, pediu para que o militar não fosse reintegrado devido à situação incómoda que o seu regresso geraria. No entanto, segundo o Correio da Manhã, adiar ou evitar o seu regresso não era possível, visto que Cabezuelo se encontra em liberdade.

Antonio Manuel Guerrero, agente da Guardia Civil, está numa situação semelhante de “ativo sem serviço atribuído”, recebendo o salário base enquanto espera pela decisão final.

O advogado Agustín Martínez Becerra revela, no entanto, que nenhum dos outros membros condenados do “La Manada” pretende procurar emprego ou regressar aos que já tinham.

Os cinco membros do grupo foram condenados a nove anos de prisão pelo abuso sexual em grupo a uma jovem durante as festas de San Fermín, em Pamplona. Contudo, dois anos depois de terem sido detidos foram libertados.

A decisão polémica levou a várias manifestações. Além disso, cerca de 750 magistrados espanhóis apresentaram agora uma queixa ao Conselho Consultivo de Juízes Europeus. Segundo o El Mundo, os magistrados apontam a “grave ameaça que foi levantada contra a independência judicial em Espanha”.

ZAP //

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