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Os megalodontes tinham bebés enormes que comiam os seus irmãos no útero

RAPHTOR / Deviant Art

Megalodonte, por RAPHTOR

Os megalodontes, famosos e agora extintos tubarões gigantes, tinham bebés enormes que comiam os seus próprios irmãos no útero. As crias nasciam com mais de dois metros.

Tornado famoso pelo blockbuster de 2018 “Meg: Tubarão Gigante”, o maior tubarão predatório já descoberto, o megalodonte, é algo misterioso.

Sabemos que viveu entre 15 e 3,6 milhões de anos atrás e atingiu pelo menos 14 metros de comprimento, mais que o dobro do tamanho de um tubarão-branco adulto. Contudo, aprender mais sobre o tubarão gigante requer um pouco de trabalho de detetive.

Por causa do seu esqueleto cartilaginoso macio, apenas algumas partes do corpo do tubarão foram mineralizadas e preservadas, incluindo os seus dentes, crânio e coluna vertebral. Isto significa que o registo fóssil é paupérrimo para este animal.

Sem surpresa, os dentes de 17 centímetros do predador têm recebido muita atenção dos cientistas, mas num estudo recentemente publicado na revista Historical Biology, uma equipa de investigadores procurou pistas noutro lugar.

Ao examinar a coluna vertebral do agora extinto megalodonte, a equipa descobriu que ele deu à luz bebés de dois metros de comprimento. Exatamente como é que os bebés ficaram tão grandes provavelmente deveu-se ao canibalismo, comendo os seus irmãos no útero.

Segredos na coluna

Como os humanos, os tubarões têm uma coluna vertebral composta por muitos componentes chamados vértebras, que crescem conforme o animal envelhece. Os investigadores mediram a vértebra de um megalodonte da época do Mioceno, que durou de cinco a 23 milhões de anos atrás.

Comparando a coluna com a dos modernos tubarões brancos, a equipa estimou que o megalodonte em causa tinha cerca de nove metros de comprimento quando era vivo, mas não parou por aí. Os tubarões depositam anéis de tecido duro nas suas vértebras a cada ano e, como o tronco de uma árvore, podem ser usados para estimar a idade.

Para contar estes anéis, os cientistas teriam que cortar o fóssil, danificando-o para sempre. A solução foi usar uma técnica de raio-X para estudar as estruturas internas, sem causar nenhum dano ao espécime de valor inestimável, revelando que este tubarão morreu aos 46 anos.

Olhando através das camadas, a equipa pôde ver o tamanho dessa vértebra quando o tubarão nasceu. Surpreendentemente, a estimativa de tamanho no primeiro anel de crescimento implica que o tubarão tinha dois metros ao nascer, o que significa que, ao nascer, era maior do que um humano adulto.

Alguns tubarões põem ovos, enquanto outros dão à luz crias. Na maioria dos tubarões, no entanto, os ovos eclodem dentro da mãe, onde os filhotes se alimentam da gema e dos fluidos até que nasçam totalmente formados.

A enorme estimativa do tamanho ao nascer para este megalodonte em particular fornece fortes evidências de que esta espécie tinha o mesmo modo reprodutivo. O segredo obscuro do megalodonte é que, para atingir este tamanho no útero, o jovem em desenvolvimento deve ter comido muito.

Comer os irmãos

Este novo estudo argumenta que é muito provável que o crescimento dos bebés foi fomentado pelo canibalismo dos seus irmãos.

Não se sabe exatamente quantos embriões de megalodonte foram produzidos. Hoje, nos tubarões-elefante, milhões de ovos são criados e enviados para fertilização. Os embriões nascidos começam a comer os ovos ao redor e, em alguns casos, como o tubarão-touro, comem outros embriões também. Os tubarões podem carregar um ou mais filhotes em cada um dos seus dois úteros, então é provável que pelo menos dois megalodontes tenham nascido de cada vez.

Este mecanismo de sobrevivência sombrio não é único, já que outros tubarões usam essa estratégia, que existe há pelo menos 70 milhões de anos.

Este estudo também estima de forma conservadora que a expectativa de vida da espécie é de 88-100 anos de idade. Isto vai de encontro às idades estimadas para os tubarões-baleia e tubarões-brancos, ficando aquém do recorde de tubarões da Gronelândia de 500 anos.

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