Medvedev não nega que Rússia tenha tentado assassinar Zelensky

Medvedev afirma que a Ucrânia fora da NATO é “insuficiente” para parar a guerra e critica Zelensky: “Não tem experiência, depende das decisões de outros países”.

O ex-Presidente russo e vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia Dmitry Medvedev, não negou que o Kremlin tenha tentado assassinar Zelensky.

“São apenas especulações e alegações”, admitiu Medvedev em entrevista ao canal LCI, apesar de nunca ter rejeitado essa possibilidade.

Medvedev também criticouo chefe de Estado ucraniano. “Não tem experiência, depende das decisões de outros países”, acrescentando que Zelensky é uma “pessoa que assumiu o cargo sem ter experiência na área da política”.

“A maioria dos seus consultores são líderes de outros Estados”, atirou. No entanto, Medvedev reconhece que o Presidente ucraniano ainda “representa a Ucrânia” e, por isso, “continua a ser o interlocutor” numa possível mesa de negociações.

Quando questionado sobre conversações para um cessar-fogo, Medvedev não deu uma resposta certa — “depende de como tudo se vai desenrolar” — mas não rejeitou um encontro com o Presidente da Ucrânia.

No entanto, o ex-Presidente russo deixou claro que Volodymyr Zelensky “já recusou negociações ao confiar totalmente no Ocidente”.

Além disso, Dmitry Medvedev adiantou que a renúncia da Ucrânia no que diz respeito à adesão à NATO já não é condição suficiente para Moscovo parar com a guerra.

“Renunciar a sua participação na aliança transatlântica é vital, mas é agora insuficiente para estabelecer a paz“, sublinhou.

Para “alcançar a paz, é necessário trabalhar” nas garantias de segurança, indicou Medvedev . “Desde que essas garantias sejam estipuladas num acordo, seladas por todas as partes, então teremos uma condição suficiente para terminar com a operação. Obviamente, isto quando os objetivos [da operação] forem concretizados”.

O vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia especificou que a “operação militar especial está a ser conduzir para a evitar a terceira guerra mundial“.

“Se a Ucrânia tivesse aderido à NATO e algum líder ucraniano louco tivesse a ideia de levar a cabo uma ofensiva contra a Rússia, isso significaria o início da terceira guerra mundial”, notou, dizendo que os “interesses vitais” russos estão a “ser ameaçados”.

“É por isso que a operação militar especial está em curso. Ela visa proteger Donbass, desmilitarizar as forças armadas ucranianas e desnazificar o território ucraniano”, acrescentou Dmitry Medvedev, citado pelo Observador.

Realçou ainda que os Estados Unidos e os membros da NATO já estão “envolvidos no conflito”. “Eles estão a combater por procuração e estão a alimentar o conflito armado ao fornecer diferentes tipos de armas”, sustentou.

Questionado sobre se as sanções aplicadas pelo Ocidente o incomodam, Dmitry Medvedev disse que não. “Estou ao serviço do meu país. Tenho a certeza de que o Presidente Putin partilha da mesma posição”, concluiu.