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Medina, ameaçado pela união das direitas, segura-se ao voto útil para ganhar Lisboa

CML

O presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Fernando Medina.

Fernando Medina tem um duro desafio pela frente, depois de a direita ter dado as mãos em Lisboa, numa megacoligação encabeçada por Carlos Moedas.

O socialista Fernando Medina está a ser ameaçado pela união da direita, que pode ser suficiente para o fazer tombar na capital. Ainda assim, segura-se à esperança de que o voto útil à esquerda o faça ganhar a câmara. A apresentação da sua recandidatura só deverá acontecer em junho, segundo o Expresso.

Duarte Cordeiro, presidente da Federação da Área Urbana de Lisboa do PS, olha para esta megacoligação como uma “coligação de necessidade”.

“Tiveram um resultado muito mau há quatro e há oito anos. Uma coligação de toda a direita não significa um resultado forte nem pode ser entendida como outra coisa que não o reconhecimento da nossa força na cidade”, disse, em declarações ao semanário.

Há ainda quem, dentro do PS, defenda que a união da direita pode até servir de trunfo ao partido, podendo promover a mobilização do voto socialista e de alguma esquerda que não se identifique com os candidatos. No fundo, a polarização esquerda/direita pode favorecer, numa fase mais tardia, a concentração de voto.

A estratégia de campanha do socialista está ainda a ser traçada, mas é expectável que Medina traga caras novas e concentre o seu discurso na ligação de Moedas ao Governo de Passos Coelho e em algumas medidas.

“Carlos Moedas foi a favor da privatização da Carris. Nós revertemos a privatização e hoje é uma empresa municipal bem gerida. Foi contra o passe único e subscreveu a lei do arrendamento de Assunção Cristas, que criou uma disrupção do mercado, que temos corrigido”, afirmou Cordeiro.

Ao Expresso, Pedro Magalhães, politólogo e investigador do Instituto de Ciências Sociais (ICS) da Universidade de Lisboa, disse que Moedas tem, pela frente, dois grandes desafios.

“Primeiro, temos de re­cuar 20 anos para ver um presidente da Câmara de Lisboa ser derrotado nas urnas e, mesmo assim, por muito pouco”, disse. O segundo é que, “desta vez, existe o Chega” e que desde 2007 “a direita toda junta tem menos votos que o PS”.

“Ninguém sabe o que valerá o Chega numas autárquicas em Lisboa”, sublinhou, ainda que seja muito mais provável que roube votos à direita, e não à esquerda.

Liliana Malainho, ZAP //

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