Medina quer evitar “segunda onda” de inflação com política orçamental neutra

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António Pedro Santos / Lusa

Para Medina, a “política orçamental neste momento tem que ser uma política coordenada com a política monetária”.

A criação de “uma segunda onda no processo inflacionário” é algo que Fernando Medina quer evitar a todo o custo, daí que, na sua opinião, enveredar por uma política orçamental expansionista seja um erro. Uma estratégia que parece em linha com a abordagem moderada que o Banco Central Europeu tem defendido, de modo a não contrariar a da subida das taxas de juro.

Sobre esta, o ministro das Finanças defende que “tem de haver equilíbrio (…) face à característica particular da inflação que estamos a viver”, ou seja, a escassez de oferta criada pela pandemia da covid-19 e agravada pela invasão da Ucrânia pela Rússia.

Para Medina, a “política orçamental neste momento tem que ser uma política coordenada com a política monetária“. “Não podemos ter a política orçamental a ser um contravapor” das decisões de política monetária do BCE e “não podemos ter políticas orçamentais muito expansionistas neste período porque seria errado do ponto de vista económico uma descoordenação”.

“Não procuramos não contribuir para a contração da economia, mas também não seremos o elemento acelerador de um processo inflacionário, esse sim com raízes internas e ancorado internamente”.

Na conferência alusiva ao primeiro aniversário da CNN Portugal, o ministro das Finanças abordou ainda o impacto da subida rápida das taxas de juro nos créditos à habitação, um fenómeno especialmente difícil de suportar para os portugueses que se deparam com revisões em alta das prestações.

“Esta subida muito rápida das taxas de juro obviamente que está a causar dificuldades a muitas famílias.” Ainda assim, lembrou, “ainda estamos em níveis de taxas de juro significativamente abaixo daquelas que registamos em 2008”.

ZAP //

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