Em causa o Plano de Emergência da Saúde. De tarde só tinha 33% do plano concluído, à noite essa percentagem subiu para 67%.
No final de Maio, o Governo apresentou o Plano de Emergência e Transformação da Saúde, com cinco eixos estratégicos e 54 medidas.
No documento, há um capítulo de medidas urgentes. Eram 15 as urgências ao longo dos três meses seguintes. Ou seja, medidas que seriam aplicadas precisamente até esta semana, final de Agosto.
Ontem à tarde, 28 de Agosto, o site do Serviço Nacional de Saúde (SNS), na parte destinada a esse plano, mostrava que só um terço (5 medidas urgentes) estava concluído.
Essas medidas são: atribuição de incentivos financeiros aos partos, requalificação dos espaços de serviços de urgência, contratação de 900 médicos de família, criação de um programa estruturado de saúde mental para as forças de segurança e contratação de psicólogos.
Mas o jornal Observador avisa: estas medidas podem estar concluídas apenas no papel.
Um dos exemplos evidentes chega no último caso: a contratação de psicólogos. O Bastonário da Ordem dos Psicólogos Portugueses, Francisco Miranda Rodrigues, não vê qualquer sinal de um processo de contratação de psicólogos. Nem do seu início, sequer.
Outra medida “concluída”, a atribuição de incentivos financeiros aos partos, não está a ser implementada, segundo a Comissão Nacional da Saúde da Mulher, da Criança e do Adolescente.
Os 900 médicos de família também levantam dúvidas. Segundo a associação dos profissionais de saúde, o número de colocados até agora é “residual”.
Não estavam, passaram a estar
Mas houve outro dado curioso, também nesta quarta-feira: depois da publicação do artigo do Observador (e após o natural contacto por parte do jornalista), o Governo deu como concluídas mais 5 medidas urgentes. Ou seja, agora são 10 no total, dois terços do plano.
Destacam-se: reforço de convenções com o sector privado na área da Ginecologia/Obstetrícia, regularização da lista de espera para cirurgia oncológica ou aproximação do SNS ao cidadão através da Linha SNS24.
Mas as dúvidas continuam: vários especialistas não vêem qualquer implementação dessas medidas na realidade do SNS.
Entre as outras 39 medidas – recordamos que seriam 54 no total – está concluída uma. É o desenvolvimento de programas de vacinação contra o vírus da gripe e o vírus sincicial respiratório.
Há 22 medidas prioritárias em curso e 10 medidas estruturantes também em curso. No total, há 6 medidas que ainda nem começaram.