As autoridades de saúde de Luanda estão a investigar uma doença, ainda desconhecida, que em poucos dias matou 21 crianças, entre os nove e os 12 anos, num bairro do município de Cacuaco, nos arredores da capital angolana.
A informação foi prestada hoje à Lusa pelo administrador municipal do Cacuaco, Carlos Cavuquila, confirmando que estão no terreno médicos angolanos e cubanos a investigar o caso e que uma operação de desinfestação e limpeza já decorre na área, no bairro do Mulundo, na comuna da Funda.
“Fomos hoje para o terreno e aguardamos que os especialistas nos informem de que se trata. A doença apresenta sintomas parecidos com a malária, mas mais forte. Já distribuímos mosquiteiros, estamos a fazer a desinfestação e desratização daquela área”, explicou o administrador de Cacuaco.
Entre 30 de abril e 05 de maio morreram naquele bairro 21 crianças, com febres altas e dores abdominais, entre outros sintomas, num quadro clínico que, segundo a população, se agrava “muito rapidamente”, até à morte.
Febre amarela, dengue, malária ou Chikungunya são algumas das hipóteses que as autoridades de saúde angolanas – com o apoio de um especialista da delegação da Organização Mundial de Saúde em Luanda -, estão a tentar despistar.
“Estamos a fazer visitas às casas porque isto é um número assustador. Hoje só conseguimos ir a cinco casas, onde se registaram seis óbitos”, disse à Lusa a diretora municipal de Saúde de Cacuaco, Catarina Uatanha.
De acordo com a responsável, desde 05 de maio não se registaram novos casos mortais, mas seis pacientes permanecem internados numa unidade de saúde da Barra do Dande.
“Para já ainda é muito cedo para tirar conclusões. Precisamos de analisar no terreno, com recolha de vários elementos, como água, o que se está a passar”, acrescentou Catarina Uatanha.
/Lusa