Homens que estavam a seguir um tratamento contra próstata aumentada apresentaram menor risco de demência.
Há medicamentos que são usados para combater o aumento de próstata, mas que podem ter outra vantagem: diminuir o risco de demência.
Segundo um estudo publicado no Neurology, foi encontrada uma relação entre os medicamentos e uma falha biológica relacionada com a Demência de Corpos de Lewy (DCL) e outras doenças neurodegenerativas.
A Demência de Corpos de Lewy é causada pela degeneração e morte das células nervosas do cérebro.
Já numa investigação anterior, tinha ficado uma relação entre os medicamentos redutores do tamanho da próstata e um efeito protector contra Parkinson.
Agora foi encontrado o mesmo efeito neuroprotector que havia sido identificado no estudo anterior.
Os responsáveis pelo estudo acreditam que os medicamentos poderão ser usados para controlar ou prevenir outras doenças neurodegenerativas.
Foram avaliados dados de 643 mil homens, todos sem histórico de DCL e todos a iniciar o tratamento do aumento da próstata (hiperplasia prostática benigna) com um dos seis medicamentos usados para esse objectivo.
Ao longo de três anos, esses pacientes foram acompanhados e verificou-se que, entre os seis medicamentos, três – terazosina, doxazosina e alfuzosina – têm como efeito colateral o aumento da produção de energia das células cerebrais – e isso que pode ajudar a retardar ou prevenir doenças neurodegenerativas.
Quem tomou medicamentos do tipo terazosina viu o risco de DCL reduzir 40%, comparando com quem tomou tansulosina.
Os outros três medicamentos – tansulosina, finasterida e adutasterida – não tiveram o mesmo efeito sobre o cérebro.
No entanto, avisa a Revista Galileu, este estudo é observacional; não mostra uma relação causa-efeito entre o uso dos medicamentos e um risco reduzido de desenvolver demência.