Adultos mais velhos que tomam medicamentos para a tensão arterial têm mais do dobro da probabilidade de sofrer fraturas relacionadas com quedas após o início do tratamento, revela um novo estudo.
Todos nós já tivemos tonturas quando nos levantamos rapidamente, mas para os idosos que começaram a tomar medicação para a tensão arterial, este efeito secundário pode mesmo ser fatal, até porque quase metade das fraturas da anca em idosos desencadeia uma série de problemas de saúde que conduzem à morte prematura no espaço de apenas 12 meses.
Num estudo recente, realizado com cerca de 30 mil idosos, os investigadores descobriram que os medicamentos comuns para a tensão arterial induzem estas tonturas súbitas, causadas por um episódio temporário de tensão baixa, o que torna as pessoas já vulneráveis a problemas de equilíbrio ainda mais expostas ao risco de lesões graves.
“Estes doentes requerem uma observação cuidadosa, sobretudo quando se inicia o tratamento, e isso não está a acontecer”, referiu o investigador Chintan Dave, citado pelo Medical Xpress. “Os cuidadores pensam que a medicação para a tensão arterial é de muito baixo risco, e isso não é verdade nesta população de doentes.”
Analisando o grupo de idosos que sofreram fraturas na anca, pélvis, úmero, rádio ou cúbito nos 30 dias seguintes ao início da medicação, a equipa descobriu que, após o ajustamento para potenciais covariáveis, o risco de fratura em 30 dias após o início da medicação para a tensão arterial era de 5,4 por 100 pessoas por ano.
Já para as pessoas que não estavam a tomar a medicação, o risco caiu para menos de metade – 2,2 pessoas por ano.
“As fraturas ósseas iniciam os doentes dos lar de terceira idade numa espiral descendente”, afirmou Dave. “Cerca de 40% das pessoas que fraturam a anca morrem no ano seguinte, pelo que é verdadeiramente alarmante descobrir que uma classe de medicamentos utilizada por 70% dos residentes em lares de idosos mais do que duplica o risco de fratura óssea.”
Apesar de o estudo não colocar de parte a importância dos medicamentos para a tensão arterial, que podem mesmo salvar vidas, os investigadores afirmam que é necessário prestar mais atenção às pessoas que estão a iniciar o tratamento pela primeira vez.
O artigo científico com os resultados foi publicado no Journal of the American Medical Association.
