Investigadores da Universidade Anglia Ruskin (ARU) no Reino Unido fizeram progressos significativos no tratamento de cataratas, através de um composto de um medicamento, abrindo caminho a novos métodos de tratamento.
Uma catarata é uma condição médica na qual a lente do olho fica turva durante algum tempo e afeta a qualidade da visão. A nebulosidade é causada pela desorganização das proteínas presentes no cristalino.
A condição provoca a aglomeração das proteínas, que espalham a luz para longe da retina, reduzindo a visão, segundo a Interesting Engineering.
De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a condição afeta aproximadamente 65 milhões de pessoas em todo o mundo, com uma perda de visão moderada a grave observada em cerca de 80% dos casos.
Até agora, a cirurgia tem sido o único remédio para esta condição. Ainda assim, uma equipa de investigadores liderada por Barbara Pierscionek na ARU realizou testes avançados com um composto de oxysterol.
O oxysterol é um derivado do colesterol que desempenha um papel importante em várias funções celulares, incluindo a autofagia — processo catabólico celular que remove componentes desnecessários.
O composto, chamado VP1-001, quando utilizado em ensaios de laboratório, mostrou uma melhoria acentuada no perfil do índice de refração em 61% dos casos, de acordo com o estudo, publicado na edição de maio do Ophthalmology and Visual Science.
Em comparação, o comunicado de imprensa da universidade dizia que se tinha verificado que a opacidade das lentes diminuía em 46% dos casos.
Um perfil de índice de refração é um parâmetro crucial na determinação da capacidade de focalização do olho. O medicamento está, portanto, a atuar para restaurar a organização proteica dentro da lente.
“É a primeira investigação deste tipo no mundo“, sublinha Pierscionek, no comunicado de imprensa. “Os efeitos positivos do composto foram propostos como um medicamento anti-cataratas, mas nunca antes testados na ótica do cristalino. É um passo em frente significativo no tratamento desta condição extremamente comum com medicamentos, em vez de cirurgia”.
Contudo, o estudo apenas mostrou melhorias em alguns tipos de cataratas e não em todos. Isto significaria que o tratamento seria uma opção apenas para tipos específicos de cataratas, e é necessário fazer distinções enquanto se desenvolvem medicamentos anti-cataratas no futuro, concluem os investigadores.