Medicamento inovador pode curar as cataratas sem cirurgia

Dr. Rakesh Ahuja / Wikipedia

Um olho humano com cataratas

Investigadores da Universidade Anglia Ruskin (ARU) no Reino Unido fizeram progressos significativos no tratamento de cataratas, através de um composto de um medicamento, abrindo caminho a novos métodos de tratamento.

Uma catarata é uma condição médica na qual a lente do olho fica turva durante algum tempo e afeta a qualidade da visão. A nebulosidade é causada pela desorganização das proteínas presentes no cristalino.

A condição provoca a aglomeração das proteínas, que espalham a luz para longe da retina, reduzindo a visão, segundo a Interesting Engineering.

De acordo com os dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a condição afeta aproximadamente 65 milhões de pessoas em todo o mundo, com uma perda de visão moderada a grave observada em cerca de 80% dos casos.

Até agora, a cirurgia tem sido o único remédio para esta condição. Ainda assim, uma equipa de investigadores liderada por Barbara Pierscionek na ARU realizou testes avançados com um composto de oxysterol.

O oxysterol é um derivado do colesterol que desempenha um papel importante em várias funções celulares, incluindo a autofagia — processo catabólico celular que remove componentes desnecessários.

O composto, chamado VP1-001, quando utilizado em ensaios de laboratório, mostrou uma melhoria acentuada no perfil do índice de refração em 61% dos casos, de acordo com o estudo, publicado na edição de maio do Ophthalmology and Visual Science.

Em comparação, o comunicado de imprensa da universidade dizia que se tinha verificado que a opacidade das lentes diminuía em 46% dos casos.

Um perfil de índice de refração é um parâmetro crucial na determinação da capacidade de focalização do olho. O medicamento está, portanto, a atuar para restaurar a organização proteica dentro da lente.

É a primeira investigação deste tipo no mundo“, sublinha Pierscionek, no comunicado de imprensa. “Os efeitos positivos do composto foram propostos como um medicamento anti-cataratas, mas nunca antes testados na ótica do cristalino. É um passo em frente significativo no tratamento desta condição extremamente comum com medicamentos, em vez de cirurgia”.

Contudo, o estudo apenas mostrou melhorias em alguns tipos de cataratas e não em todos. Isto significaria que o tratamento seria uma opção apenas para tipos específicos de cataratas, e é necessário fazer distinções enquanto se desenvolvem medicamentos anti-cataratas no futuro, concluem os investigadores.

ZAP //

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