Tiago Mayan Gonçalves ouviu as lamentações de uma série de empresários algarvios afetados pela pandemia. O candidato aponta o dedo ao Governo, argumentando que “limitações severas têm de vir acompanhadas do cheque”.
Esta segunda-feira, Tiago Mayan Gonçalves ouviu mais de uma dezena e meia de empresários e associações do Algarve, da hotelaria à agricultura, passando ainda pela hotelaria e pela restauração. É uma das bandeiras da sua candidatura: defender os negócios e o empresário português, “sem ajudas suficientes do Estado”.
Estado este que, segundo Mayan Gonçalves, é “gordo”, “burocrático”, “ineficaz”, “pesado” e que muitas vezes atrapalha o cidadão mais do que o ajuda. Na conversa via zoom com estes empresários, escreve o Observador, o candidato presidencial pôde ouvir os problemas de negócios, mas também “mensagens e histórias de esperança”.
Esperança, mas não de todos. “Tiago, da minha parte vai ser difícil ter palavras de esperança”, avisou João Sotto Mayor, líder do Movimento A Pão e Água, que teve Ljubomir Stanisic como um dos porta-vozes.
“Em nome da restauração posso dizer que todos os apoios foram insuficientes e tardios, quase irrisórios”, atirou o empresário da restauração e da noite, acrescentado que “um lay-off de 50% para um trabalhador não existe nas contas de um restaurante” que continua a ter outras despesas fixas.
“Fechei hoje um negócio que tinha há 12 anos. Este verão, no Algarve, trabalhei 27 dias. É insustentável manter as contas em dia. É um discurso triste mas é a realidade da restauração do nosso país: famílias atrás de famílias vão fechando os seus estabelecimentos”, disse ainda o empreendedor citado pelo Observador.
Além disso, queixas sobre a carga fiscal excessiva, a desigualdade de tratamento entre públicos e privados, a burocracia que trava o avanço e desenvolvimento e que trava até apoios pandémicos, e a falta de investimento estrutura no Algarve foram algumas das lamentações mais ouvidas.
“O Carnaval e a Páscoa são períodos absolutamente perdidos para vocês”, sintetizou Tiago Mayan Gonçalves. Para que haja um verão no Algarve, o candidato apoiado pela Iniciativa Liberal alerta que “as coisas têm de ser feitas já”.
“As medidas do Governo que decretam encerramento de atividades ou limitações severas têm de vir acompanhadas do cheque. É isto que o Governo não tem feito, ou tem feito de forma que seria normal num cenário de crise — com medidas como o play-off, por exemplo — mas que não é resposta para este situação de total exceção”, disse Mayan Gonçalves.
“Eis um exemplo simples do que o Estado pode fazer, simplesmente baixar o IVA. É um apoio direto e imediato. Pode começar a isentar setores que não estão a ter receita da cobrança de TSU, do pagamento especial por conta. É absolutamente incompreensível que o Estado seja o único a ter receita neste período”, acrescentou.