A maternidade do Hospital de Faro está sem capacidade para receber prematuros transferidos de Portimão, onde o serviço se encontra fechado temporariamente.
A maternidade do Hospital de Faro “entrou em rutura e está hoje sem capacidade” para receber prematuros transferidos de Portimão, onde o serviço se encontra fechado temporariamente por falta de médicos para assegurar as escalas, disse fonte sindical.
“A maternidade em Faro não está hoje a ter capacidade para conseguir dar resposta aos prematuros, porque está também com falta de profissionais”, disse à Lusa João Dias, secretário regional do Algarve do Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Segundo o dirigente sindical e médico ginecologista/obstetra, uma grávida de 28 semanas “foi transferida, com bolsa rota, a meio da noite passada, do Hospital de Portimão para o de Évora, no Alentejo, devido à incapacidade de Faro em receber prematuros”.
“Os problemas tendem a aglomerar-se e não se perspetivam boas soluções para breve, a não ser que haja alguma intervenção por parte do ministério [da Saúde] que inverta esta situação, porque ao nível dos órgãos locais e dos profissionais tem havido um esforço enorme, porque senão o caos era ainda maior”, alertou.
A maternidade do Hospital de Portimão está encerrada no período compreendido entre as 09:00 de hoje e a mesma hora de domingo (07 de julho), situação que, segundo uma nota do Centro Hospitalar Universitário do Algarve (CHUA), “deve-se ao facto de não ser possível garantir o apoio de pediatra com competências na área da neonatologia na referida unidade”.
Segundo o CHUA, entidade que integra os hospitais de Lagos, Portimão e de Faro, do Serviço Nacional de Saúde, as mulheres em trabalho de parto, “com condições para serem transferidas em segurança, serão encaminhadas para a Unidade Hospitalar de Faro”.
De acordo com o secretário regional do Algarve do SIM, a falta de médicos pediatras para assegurar as escalas naquela especialidade vai pôr em causa o serviço, correndo o risco de a maternidade de Portimão encerrar durante 11 dias no mês de julho, 10 dias no mês de agosto e 12 dias em setembro.
João Dias indicou que o serviço de obstetrícia no Hospital de Faro “tem apenas seis pessoas com menos de 55 anos, número que não chega para fazer urgência num só dia”.
“O que é exigido pela Ordem dos Médicos para o movimento da maternidade de Faro é de quatro elementos durante cada turno (noite e dia), o que daria oito pessoas, mas se só há seis com menos de 55 anos, nem para um dia dá para cobrir a escala de obstetrícia”, concluiu.
Segundo o CHUA, “neste momento, decorre um concurso nacional para admissão de pessoal médico para a área hospitalar, encontrando-se abertas duas vagas para pediatras”
// Lusa