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Massivo cemitério megalítico com 5 mil anos descoberto no Quénia

(dr) Katherine Grillo

No cemitério comum estavam enterrados, pelo menos, 590 pessoas

Foi há 5 mil anos, no ambiente inconstante de África que uma sociedade primitiva se reuniu nas margens do Lago Turkana, no Quénia, e construiu algo tão raro e notável que nunca os investigadores tinham visto algo semelhante.

Um grupo de investigadores descobriu no Quénia o maior e mais antigo cemitério monumental da África Ocidental, construído há cerca de 5 mil anos pelos primeiros pastores que habitaram a região. O local foi apelidado de Lothagam North Pillar Site.

A investigação, conduzida por Elisabeth Hildebrand, da Universidade de Stony Brook, nos Estados Unidos, revela que os primeiros pastores construíram uma plataforma com cerca de 30 metros de diâmetros e escavaram uma enorme cavidade no centro para enterrar os seus mortos. Depois de cobrir o buraco com pedras, os pastores marcaram o local com grandes pilares megalíticos.

De acordo com o estudo, publicado nesta segunda-feira na Phys.org, o local de sepultamento comum foi usado durante sete séculos.

A cavidade central contém os restos mortais de pelo menos 580 pessoas, todas enterrados da mesma forma, o que sugere que esta sociedade não tinha uma hierarquia social muito forte. No cemitério foram também encontrados pendentes de pedra e brincos.

A descoberta revela-se tão importante porque altera o nosso conhecimento sobre as estruturas monumentais que eram construídas pelas sociedades antigas. O grupo que construiu este cemitério comum era igualitário, ao contrário das sociedades hierárquicas a que até agora associávamos estas construções, que tinham classes sociais diferenciadas.

“Esta descoberta desafia ideias anteriores sobre monumentalidade“, disse Elisabeth Hildebrand. “Na falta de outras evidências, Lothagam North fornece um exemplo de que a monumentalidade não está manifestamente ligada a uma hierarquia, forçando-nos a considerar outras narrativas de mudança social”, explicou.

De acordo com Anneke Janzen, do Instituto Max Planck para a Ciência da História Humana, “os monumentos podem ter servido como um local para congregar e renovar laços sociais, bem como para reforçar a identidade da comunidade”.

ZAP // RT / ScienceAlert

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