Palavras de André Ventura sobre um dos rivais à corrida à presidência da República. Mas Ana Gomes não está nada convencida com António Vitorino.
O presidente do Chega acusou Marques Mendes, seu opositor na corrida a Belém, de representar “tudo o que é mau na política” e de ter feito uma “troca de favores” com o líder do PSD.
“A candidatura de Marques Mendes representa tudo o que é mau na política. Representa a cedência ao lobismo, a cedência aos interesses de corredores e de bastidores, a cedência à podridão do sistema partidário que há 50 anos domina Portugal”, afirmou André Ventura.
Ventura referiu o facto de Marques Mendes ter tido durante os últimos anos um espaço de comentário político na SIC e acusou-o de ter aproveitado essa exposição mediática em proveito próprio.
O líder do Chega acusou-o também de ter feito um acordo com o primeiro-ministro e líder do PSD, Luís Montenegro, “para que ambos retirassem ajuda mútua de uma situação política vantajosa e do aproveitamento politico-mediático de um espaço de televisão e de comentário semanal”.
“Luís Marques Mendes fez o jogo de António Costa quando o governo de António Costa estava sólido na maioria absoluta e tornou-se o maior aliado de Luís Montenegro nas televisões ao longo dos últimos meses, e agora vimos saber que o governo do PSD apoia a candidatura de Luís Marques Mendes”, disse.
Ventura alegou que “houve uma troca de favores entre Luís Marques Mendes e Luís Montenegro“, considerando tratar-se de “uma promiscuidade que não se pode aceitar”.
Mas do outro lado…
…António Vitorino já foi acusado – duas vezes – de não ser um (eventual) candidato ideal à presidência da República, precisamente por ter um passado ligado ao lobismo.
E essas acusações vêm mesmo de dentro do PS. Ana Gomes tinha dito na SIC Notícias: “António Vitorino tem muita esperteza e até sentido de humor. Também tem um background, um passado de advogado lobista, digamos, o que levou a que, por exemplo, o chefe da casa civil de Mário Soares, o Dr. Alfredo Barroso, tivesse um dia dito que isso seria ter um lobista de negócios em Belém. Ele próprio também disse que era uma espécie de equivalente do Daniel Proença de Carvalho, do PS”.
Agora na RTP, repetiu o recado, a antiga candidata à presidência da República lembrou uma investigação do Público, sobre os bastidores do percurso António Vitorino, que “conhece bem os corredores do poder. E, por isso, é chamado a fazer pontes para fazer as coisas acontecerem”.
O jornal salientava o facto de Vitorino, enquanto sócio do escritório de advogados Cuatrecasas, recebeu empresas ligadas a Raul Morodo, antigo embaixador de Espanha envolvido em processos por fraude fiscal e branqueamento de capitais. Foi também pago por serviços a firmas de consultoria portuguesas, uma delas com extensões a África.
Sendo um “epicentro de operações controversas“, o ex-ministro esteve ligado a muitas operações que dependiam de aprovações governamentais. Destacaram-se o negócio entre Portugal Telecom e Vivo, a disputa entre o banco Santander e o Estado português, ou a venda da Mundial Confiança. António Vitorino tinha interesses financeiros em todos os processos.
ZAP // Lusa
Estou cansado de comentador presidente porque devia votar noutro?