O Marquês de Pombal, em Lisboa, vestiu-se de vermelho para festejar não apenas “mais um título” do Benfica – mas o 35.º, um tri 35 anos depois e o primeiro depois de Jorge Jesus.
Quando a equipa de futebol do Benfica chegou ao Marquês de Pombal, às 22:08 horas de domingo, encontrou o espaço completamente lotado. O capitão ‘benfiquista’ Luisão foi o primeiro a subir ao palco dos campeões, para mostrar aos adeptos o “caneco” que representa para o Benfica a conquista do primeiro “tri” desde 1976/77.
“Esta não foi uma vitória contra ninguém, foi uma vitória de todos”, reiterou o presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, dizendo também que o clube tem “um grupo fantástico, liderado por Rui Vitória”. E o treinador, que chegou a ser posto em causa pelos próprios benfiquistas, no início da temporada, foi mesmo, um dos mais aplaudidos pelos adeptos, depois de ter conseguido “resistir” à pressão do “fantasma” de Jorge Jesus.
O vendedor de pipocas é mais importante do que Jesus
Num campeonato emocionante, como há muito não se via, disputado até à última jornada, o Benfica “arrancou” o seu 35.º título nacional, graças a 20 vitórias nas últimas 21 jornadas e à capacidade para aguentar a pressão do rival Sporting (e em particular de Jorge Jesus).
Com a entrega do título ao Benfica, Jorge Jesus recusou dar os parabéns à sua anterior equipa e a Rui Vitória, com quem chegou a alimentar uma incisiva troca de críticas. “Eu crio, outros copiam”, atirou o comandante dos leões, considerando que o Sporting foi a melhor equipa do campeonato.
“No final ganhou a melhor equipa, a que somou mais pontos”, considerou, por seu turno, Rui Vitória, aproveitando para responder a Jesus com a nota de que não está nada preocupado com ele. “Nas minhas preocupações, vêm primeiro os meus jogadores, depois a minha família, as pessoas que nos ajudam nos pequenos-almoços… Os meus colegas de trabalho antigos, em 20.º os professores das minhas filhas, em 77.º o vendedor de pipocas de uma festa que eu tive, e só lá para 90.º o treinador do Sporting”, disse o treinador em conferência de imprensa.
No fim das contas, Rui Vitória é um dos grandes vencedores desta Liga, depois de ter começado na mó de baixo. Mas recuperou e foi “roubar” a liderança ao Sporting precisamente em Alvalade, na 25.ª jornada que acabou por ser decisiva para o desfecho do campeonato.
Após esse jogo, o Benfica somou sempre vitórias e Rui Vitória conquista o “tri” sucedendo a Jesus e com um novo recorde de pontos no campeonato (88), marca que ultrapassa os 86 do FC Porto de Mourinho, em 2002/2003.
O Sporting de Jorge Jesus somou 86 pontos, depois de golear o Sporting de Braga por 4-0, numa última jornada em que o Benfica não tropeçou, derrotando o Nacional por 4-1.
Em terceiro lugar ficou o FC Porto, após uma temporada decepcionante que começou com Julen Lopetegui no comando e que terminou com José Peseiro e também, com a confirmação do fim da hegemonia do clube, após três anos de jejum de títulos nacionais.
Surpreendente Arouca e o milagre do Tondela que Petit foi agradecer a Fátima
A marcar este campeonato 2015/2016 está ainda a qualificação do Arouca de Lito Vidigal para a Liga Europa, depois de um surpreendente quinto lugar. O Rio Ave de Pedro Martins alcançou o último lugar europeu, com o 6.º lugar, juntando-se ao Sporting de Braga (que foi 4.º) na segunda competição mais importante da UEFA.
No fundo da tabela, o destaque vai para o Tondela, que foi dado como condenado à descida, mas que conseguiu o “milagre” da manutenção. O treinador Petit e a sua equipa partiram a caminho de Fátima, para agradecer as preces pela permanência.
Para o segundo escalão do futebol português, caíram a Académica, um dos históricos do futebol português, e a União da Madeira.
ZAP / Lusa
Pois teremos que chegar à conclusão de que afinal a mala sempre existiu e de que funcionou a 100%; agora andam por aí à procura de bodes expiatórios em clubes de segunda divisão com resultados fabricados, ou seja, andam à pesca da sardinha quando deveriam procurar os tubarões.