Família homenageia marinheiro que sobreviveu aos naufrágios do Titanic e do Lusitania

Encyclopedia Titanica

George Beauchamp (centro) e a tripulação do Titanic

Um marinheiro britânico foi o único tripulante e sobrevivente de dois dos maiores desastres navais do século XX, o Titanic e o Lusitania (assim batizado em honra ao território que daria origem a Portugal). Mais de 50 anos após a sua morte, a família do marinheiro homenageou-o, tornando a sua história pública.

De acordo com um artigo da Visão, divulgado na quinta-feira, desde os seus 23 anos, que George Beauchamp dedicava a vida ao mar. Segundo a sua família, com apenas um ano de experiência, mentiu sobre a sua idade para conseguir integrar a tripulação do Titanic, como bombeiro de bordo.

Aquando do impacto do navio com o icebergue, em 1912, ajudou vários tripulantes a escapar através de um bote salva-vidas. O seu testemunho oficial no inquérito realizado pelo comissário britânico de naufrágios, refere que ouviu um “rugido como um trovão” quando se deu o embate. Depois disso, ajudou “as mulheres e crianças que lá estavam a embarcar” no bote salva-vidas 13, “com um pé no navio e outro na embarcação”.

George Beauchamp e outros membros da tripulação começaram, então, a remar e a afastar-se do local “devido à sucção do navio” ao afundar-se. Apesar dos esforços, o marinheiro considerou que “se tivessem mais espaço deveriam ter regressado”. No entanto, o bote “não pôde regressar, pois estava lotado”.

Passadas algumas horas, o bote 13 acabou por ser resgatado pelo Carpathia, um navio de passageiros que conseguiu resgatar mais de 700 pessoas do Titanic.

A família de George Beauchamp garantiu que o marinheiro embarcou depois no Lusitania, um navio de passageiros britânico que operou durante o início século XX, e que também estava a bordo quando este, em 1915, foi alvo um torpedo lançado por um submarino alemão, durante a Primeira Guerra Mundial.

Após regressar a casa, em East Yorkshire (Inglaterra), George Beauchamp desistiu de trabalhar em grandes navios e dedicou os seguintes anos a embarcações mais pequenas, contaram os familiares. Morreu em 1965, aos 77 anos de idade, em Southampton.

Mais de 50 anos após a sua morte, a família do marinheiro homenageou-o, tornando a sua história pública e imortalizando George Beauchamp pelo “papel que desempenhou ao salvar as vidas de alguns passageiros”, rematou a sua bisneta Susan Norton.

TP, ZAP //

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