“Precisamos de mais navios. É uma ameaça real”. Poder naval da China preocupa EUA

U.S. Pacific Fleet / Flickr

O superporta-aviões USS Carl Vinson, da marinha dos EUA, e a sua frota de escolta. Ao fundo, o USS Shiloh

O secretário da Marinha dos Estados Unidos (EUA), Carlos Del Toro, disse que a marinha chinesa tem avanços significativos em relação à norte-americana, incluindo uma maior frota e uma maior capacidade de construção naval.

A China “tenta consistentemente violar a soberania marítima e o bem-estar económico das outras nações, incluindo os aliados [dos Estados Unidos] no Mar do Sul da China”, referiu, citado pela CNN Portugal, num discurso no Clube de Imprensa Nacional, em Washington.

“Agora têm uma grande frota e estão a destacá-la em todo o globo”, sublinhou, frisando: “precisamos de uma marinha maior, precisamos de mais navios no futuro, mais navios modernos, em particular aqueles que possam responder a essa ameaça”.

Carlos Del Toro referiu que a China será capaz de colocar no mar até 400 navios nos próximos anos (o objetivo será 2025), mais 60 do que os atuais 340. Em contrapartida, os EUA têm uma frota com 300 embarcações. O Plano de Navegação da Marinha, divulgado em 2022, prevê que o país passe a ter 350 navios até 2045.

O secretário da Marinha sublinhou que os estaleiros navais norte-americanos estão longe de atingir a capacidade dos chineses. “Eles têm 13 estaleiros navais e, em alguns casos, os estaleiros deles têm mais capacidade. Um estaleiro tem mais capacidade que todos os nossos combinados. Isso é uma ameaça real”, notou.

Os dados mais recentes indicam que a China tem seis grandes estaleiros navais e outros dois menores para construção de navios. Já nos EUA há sete grandes estaleiros que produzem para a Marinha e para a Guarda Costeira.

O responsável vê uma desvantagem perante a China ao nível de funcionários. “Quando temos desemprego abaixo de 4% torna-se verdadeiramente desafiante tentar encontrar trabalhadores para um restaurante ou para um estaleiro”, explicou, apontando que, como “país comunista, a China não tem regras para seguir”.

“Eles usam trabalho escravo para construir os seus navios. Essa não é a forma que devemos fazer negócios, de todo, mas é isso que enfrentamos, e é uma vantagem significativa [para a China]”, declarou.

ZAP //

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