Mais de 200 mil pessoas deverão participar da Marcha das Mulheres em Washington, que deverá ocorrer a 21 de janeiro, um dia depois da posse do presidente eleito Donald Trump. Aos que marcham na capital norte-americana unem-se manifestantes em várias cidades dos EUA e de todo o mundo – incluindo em Portugal.
O objetivo é mostrar que os direitos das mulheres “são direitos humanos”, explica Teresa Shook, que conta que a ideia surgiu espontaneamente no Facebook, logo após a divulgação dos resultados das eleições presidenciais que deram a vitória ao candidato do Partido Republicano.
Teresa Shook, uma advogada reformada, sublinha que não é ativista feminista, não pertence a nenhum sindicato, nem a nenhuma organização de direitos humanos. Ao comentar a ideia da marcha, em entrevista ao Washington Post, afirmou que simplesmente perguntou no Facebook: “E se as mulheres marchassem em massa em Washington no dia da tomada de posse de Donald Trump?”. Segundo a havaiana, imediatamente 40 mulheres responderam que participariam. No dia seguinte, quando acordou, havia resposta positiva de mais de 10 mil mulheres no seu evento.
A Women’s March ganhou mais visibilidade no final de dezembro, depois da adesão da entidade Planned Parenthood, que promove serviços de saúde nos EUA, à organização. A célebre ativista feminista Gloria Steinem é uma das madrinhas da marcha, ao lado do músico e ativista Harry Belafonte.
A liderança do movimento tem reforçado a sua diversidade e o espectro alargado e interseccional das suas reivindicações, que tratam questões como o racismo, os direitos reprodutivos, Ambiente, questões LGBTQ, direitos dos imigrantes e os discursos violentos contra os muçulmanos.
Contudo, apesar de ser o movimento que tem concentrado mais força entre os eventos de contestação ao novo Presidente, as organizadoras da marcha reforçam que o foco da manifestação é “pró-mulheres”, mais do que “anti-Trump”.
“Queremos deixar uma franca e clara demonstração a este país a nível local e nacional de que não permaneceremos silenciosas e que não deixaremos que ninguém reverta direitos pelos quais combatemos e que conquistámos”, afirma Tamika Mallory, uma das organizadoras do evento, ao Washington Post.
#NãoSejasTrump
Neste momento, estão confirmadas mais de 270 “marchas-irmãs” em 32 países.
Em Portugal, estão a ser organizadas Marchas das Mulheres em Lisboa, Porto e Braga, numa iniciativa que inclui ativistas feministas, como coletivos locais ou a União de Mulheres Alternativa e Resposta (UMAR), mas também associações ligadas a outras causas, como a Amplos, o SOS Racismo, os Precários Inflexíveis e o Coletivo Clima.
“Levantamo-nos contra Trump, contra as ideias misóginas e as políticas sexistas que anuncia. Nem lá nem cá permitiremos a trumpização das nossas vidas”, escreve Andrea Peniche, uma das organizadoras da iniciativa no Porto.
A manifestação será acompanhada de uma campanha nacional contra o assédio sexual em espaço público, organizada por um conjunto de associações, coletivos, partidos e ativistas, que contará com performances de teatro invisível durante as marchas de sábado.
“Depois de vencida a batalha legal, com a aprovação da lei que reconhece e criminaliza o assédio sexual em espaço público, falta ainda ganhar a batalha da mudança de atitudes. É esse o sentido desta campanha: levar ao espaço público o debate, reclamar as ruas como espaços de liberdade”, refere a ativista num artigo na revista da Rede Anticapitalista.
Celebridades
Nos EUA, já confirmaram presença na Marcha das Mulheres várias celebridades, como Scarlett Johansson, Cher, Katy Perry, Julianne Moore, Patricia Arquette, Frances McDormand, Jessica Chastain, Debra Messing, Olivia Wilde e Amy Schumer.
A atriz America Ferrera, protagonista da série “Betty Feia”, é uma das muitas celebridades que aderiram à iniciativa, liderando uma comissão especial de mulheres artistas.
“Como artistas, mulheres e, acima de tudo, americanas dedicadas, é fundamental que lutemos juntas pela proteção, dignidade e direitos das nossas comunidades. Os direitos dos imigrantes, dos trabalhadores, os direitos reprodutivos, dos homossexuais, de justiça racial e ambientais não são interesses especiais, afetam-nos a todos e deveriam ser uma preocupação de todos os americanos”, sublinha a atriz.
Em Washington, a marcha começará no Lincoln Memorial, um monumento situado próximo ao Capitólio, edifício que abriga o Congresso norte-americano, e terminará na Casa Branca.
AF, ZAP // ABr
“Os direitos dos imigrantes, dos trabalhadores, os direitos reprodutivos, dos homossexuais, de justiça racial e ambientais”… Que salgalhada de confusão! Alguém de explica o que têm os direitos dos trabalhadores a ver chamados direitos reprodutivos (o que é isso?)? E os homossexuais? O que têm a ver com o ambiente? As pessoas devam saber que se querem ser sérias e respeitas nas suas reivindicações precisam de ser assertivas… O que não acontece neste caso.
Porque é que as mulheres não fazem marcha contra as evidentes humilhações e violações de direitos que acontecem todos os dias, de formas grosseiras e violentas perpetradas pelas comunidades muçulmanas às suas mulheres?! Porque não se manifestam contra o tratamento e pela forma como são subjugadas as mulheres que vivem em países Árabes e muçulmanos?! Se a segunda pode ser atenuada pela distância a falta de empatia e insensibilidade perante as mulheres muçulmanas que vivem ao nosso lado é indesculpável e intolerável. Haja coerência e unam-se para resolver esta situação real que milhões de mulheres vivem todos os dias pelo mundo fora e ao nosso lado .
eu concordo com a manifestação, e mais ainda se o Donald Trump for eleito presidente dos EUA proponha que nós mulheres não fizéssemos sexo
Elizabet… Trump FOI eleito nos princípios de Novembro de 2016. Além disso, desconheço qualquer intenção sua em limitar a actividade sexual das mulheres. Na verdade, atendendo ao seu currículo, tal não parece plausível. O que é mais provável é que Trump ponha um freio às guerras de agressão levadas a cabo pela América ou por outrem por sua instigação (Estado Islâmico), como as que caracterizaram o infeliz mandato de Obama… Iraque, Afeganistão, Líbia, Somália, Síria. Se o fizer, acho que é bastante.
Pois, tem razão… Mas a campanha dos media contra o Trump é aterradora. Só os mais atentos vêem o que se passa realmente nas entrelinhas.
Concordo, Jules. Goste-se ou não de Trump, a verdade é que estamos a assistir, ao vivo e a cores, ao seu linchamento na praça pública, liderada pelo cessante e incansável Presidente Obama, acolitado por toda a sorte de bandidos. Assiste-se de facto a uma guerra. Derrotado nas urnas, o partido da guerra cerra fileiras contra a personagem que chegou à Presidência afirmando o óbvio: a guerra do Iraque foi um erro; a América tem de focar-se no combate ao terrorismo e para tal deve colaborar com a Rússia. Mais: o povo americano na rua não vê os russos como inimigos e o mesmo se passa na Rússia.
Pois é verdade o que se disse anteriormente e no inicio destes comentários. Porque razão as ditas mulheres e alguns “bichas” vão fazer esta manifestação contra um Presidente eleito segundo as regras locais e não contar os abusos constantes de paises como a Arabia Saudita e outras ? Que bem que a Rainha Leticia se portou ao recusar ir à Arabia Saudita. Cambada de lésbicas, feninistas e quejandos que só procuram uma pontinha de atenção. Não tenho simpatia ou antipatia pelo Sr.Trump mas gabo-lhe a coragem de dizer publicamente que quer a América Grande e não ter como cá os “babochas” e quajendos dos BE.PCP,Verdinhos e outros LGBT a ” ca………….gar ” postas de pescada. Ainda muita gente no futuro vai pedir a todos os santinhos que haja politixas como as anunciadas. Aos de cá deste país que se diz plantado à beira mar, dediquem-se à agricultura ou então façam manifestações para melhoria de vida e acabem com as muitas picaretas falantes. Tenho dito.
Caros sensores da ZAP, não havia dito nada anteriormente pelo que o diozerem que o comentário é duplicado, estarão a laborar num erro ou não quererão mais verdades. Será isso ?
Penso que esta noticia não retrata bem qual o verdadeiro intuito desta marcha, deixo aqui a verdadeira intenção da marcha:
A Marcha Mundial Mulheres Portugal chama à ação de solidariedade com as mulheres e o povo curdo, organizando um protesto no dia 21/01, às 17h30, no Rossio em Lisboa.
Queremos denunciar os assassinatos políticos do regime de Erdoğan e lembrar que, na noite do dia 4 de janeiro, em Silopi, foram assasinadas três feministas e ativistas do movimento curdo, Sêvê Demir (membro da assembleia DBP – Democratic Regions’ Party), Fatma Uyar (KJA – Congresso das Mulheres Livres) e Pakize Nayır (Co-Presidente da Assembleia do Povo de Silopi),
A MMM Portugal une-se às ações da Marcha Mundial das Mulheres em todas as regiões do mundo, exigindo
– O fim da impunidade dos responsáveis
– O fim dos assasinatos de activistas políticas, defensoras de direitos humanos e jornalistas
– O fim do recolher obrigatório nas cidades curdas
– O retiro das forças militares e paramilitares das cidades curdas
– Declarar o cessar-fogo e renovar as negociações de paz
– Acabar com o abuso, insultos e maus-tratos das pessoas e em especial às mulheres.
Cara Conchazevedo,
A notícia refere-se ao evento “Marcha das Mulheres” (“Women’s March on Washington”), e não ao protesto da organização internacional “Marcha Mundial das Mulheres” (“Marche Mondiale des Femmes”).
Agradecemos, ainda assim, que tenha partilhado a iniciativa da MMM sobre a situação preocupante do povo curdo.