Esta segunda-feira, em Roma, o Presidente da República considerou que houve “um salto humano” nas relações luso-italianas e um “estreitamento” em termos culturais, económicos e políticos, mas pediu à comunidade portuguesa para “ir mais longe”.
“Agora é preciso fazer mais, esse é o desafio que vos deixo. Têm de fazer mais e melhor, temos de ir mais longe. Temos de ter mais relações humanas, temos de ter mais relações culturais, e educativas, e científicas e académicas. E depois também empresariais e financeiras e políticas”, declarou Marcelo Rebelo de Sousa, em Roma, esta segunda-feira.
Perante cerca de 200 pessoas, numa receção à comunidade portuguesa em Itália, na residência do embaixador de Portugal em Roma, Pedro Nuno Bártolo, o chefe de Estado acrescentou: “Porque somos, em muitos aspetos, muito parecidos e é uma pena que não tiremos proveito dessas afinidades. É esse o desafio que vos lanço”.
Nesta receção, Marcelo tirou fotografias com militares portugueses que estão no comando da NATO em Nápoles, com um grupo de estudantes de Erasmus em Itália e aceitou ser sócio honorário de uma futura associação cultural luso-italiana que está a ser criada, entre outros, por Fátima Afonso, uma portuguesa que reside em Roma há 30 anos e tem um restaurante perto do Vaticano.
O Presidente da República, que chegou esta segunda-feira à tarde à capital italiana, para uma visita de Estado a Itália, notou “um salto enorme no relacionamento entre Portugal e Itália” desde a sua primeira deslocação a Roma, no início do seu mandato, em maio de 2016.
“Um salto humano: há mais italianos a viver em Portugal, são hoje perto de 20 mil, um aumento de mais 30%, mas há mais portugueses a viverem aqui em Itália também, um salto significativo, e muitos jovens”, assinalou.
Atualmente, de acordo com uma estimativa consular, vivem em Itália cerca de sete mil portugueses, grande parte deles estudantes, e perto de metade na região do Lazio, onde se encontra a capital, Roma.
Segundo Marcelo Rebelo de Sousa, “houve também um estreitamente em termos culturais e um estreitamento em termos económicos entre os dois países”, com “mais investimento italiano em Portugal” e “mais empresas portuguesas aqui em Itália”.
“E há, obviamente, um estreitamento político de relações entre os dois países“, acrescentou, referindo que ambos pertencem à União Europeia e partilham, “no essencial, as mesmas convicções: Estado de direito democrático, direitos humanos, abertura, ecumenismo”.
No plano europeu, Portugal e Itália partilham o objetivo de tornar a União Europeia “mais forte, com um peso maior no mundo, mais coesa, mais justa, mais igual” e com “atenção crescente aos europeus, uma União Europeia que olhe mais ainda para as pessoas”, afirmou. Os dois países apostam num aprofundamento da “parceria entre Europa e África”, que Portugal quer reforçar quando assumir a presidência da União Europeia, prosseguiu.
O Presidente da República disse que não foi por acaso que passou por Roma antes da sua visita de Estado a Moçambique, em maio de 2016: “Sabia como era importante naquele momento histórico o nosso relacionamento trilateral”. “Aí, continuamos permanentemente a conjuntar esforços.”
Perante os representantes da comunidade portuguesa em Itália, Marcelo Rebelo de Sousa falou também da sua “relação fraternal” com o Presidente da República Italiana, Sergio Mattarella, e elogiou a sua “personalidade excecional, como homem, como jurista, como humanista, como político, como estadista”.
No seu entender, “esta visita de Estado, que vai permitir reafirmar os laços fraternais com o Presidente Mattarella, vai permitir dialogar com o Governo em funções, vai permitir um relacionamento próximo com as duas câmaras do Congresso” – contactos de alto nível que terá na terça-feira.
ZAP // Lusa