O que Marcelo mais quer é não usar a “bomba atómica”

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José Sena Goulão / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, gostaria de se distinguir dos seus antecessores eleitos em democracia por não ter usado a ‘bomba atómica’, ou seja, a dissolução do Parlamento.

A confissão é feita pelo Presidente numa entrevista ao Diário de Notícias que vai ser publicada na íntegra na edição de domingo do jornal, mas da qual a agência Lusa já divulgou alguns excertos.

“Se me pergunta se eu gostava de evitar a ‘bomba atómica’, porque o país estava em condições tais que ela era evitável, gostava”, aponta Marcelo.

Contudo, a dissolução será inevitável se se verificarem algumas condições, avança o Presidente.

“O primeiro requisito é que haja uma crise institucional particularmente grave. O segundo é que não seja possível encontrar um Governo no quadro da mesma composição Parlamentar. E o terceiro é que seja plausível, com os dados disponíveis naquele momento, que o resultado da eleição conduza ao desbloqueamento da situação que gerou a dissolução”, refere o Presidente da República.

“Pessoas de carne e osso” tornam Venezuela caso peculiar

Marcelo fala também da situação da Venezuela e dos seus reflexos na comunidade portuguesa, avisando desde logo que “tudo aquilo que se disser é de uma grande responsabilidade, porque esses compatriotas olham para aquilo que é dito ao pormenor”.

Assim, recusa responder directamente à pergunta sobre se é possível que Portugal venha a votar contra as sanções, se elas vierem a ser discutidas na União Europeia (UE).

Recorda, contudo, que “Portugal está solidário com a UE e a UE, naturalmente, quando tiver de apreciar esta questão, apreciará através do debate entre todos os seus Estados-membros, sabendo-se que Portugal está numa situação muito específica“.

Marcelo quer deixar bem clara a diferença entre Portugal e os seus parceiros europeus, porque “uma coisa é estar a tratar-se de problemas que são importantes para o relacionamento entre a UE e outro qualquer país sem ter lá tantos nacionais, outra coisa é tendo lá tantos nacionais”.

A prudência na abordagem da situação no país sul-americano é reforçada com a consideração de que se está “a falar de pessoas de carne e osso, com as suas vidas, de várias gerações, e a grande maioria com a intenção de viver na Venezuela”.

Compra da Media Capital pela Altice “não é nada melindrosa”

Marcelo pronuncia-se também sobre a aquisição da Media Capital pela Altice, considerando que esta compra “não é nada melindrosa”. Notando que há “regras e reguladores”, o Presidente vinca que estes devem verificar “se esses princípios e essas regras são ou não são respeitados”.

E a propósito deste regulador – a Entidade Reguladora da Comunicação Social (ERC) -, Marcelo afirma que seria “obviamente importante que tivesse havido acordo entre os partidos há muito tempo” para nomear um novo conselho para a entidade.

Ao analisar a crise que afecta a comunicação social, Marcelo Rebelo de Sousa chama a atenção para o facto de ser “evidente que não há democracia se não houver comunicação social livre e forte”.

Avisa, por outro lado, que “não se pode transformar a comunicação social em bode expiatório ou em razão justificativa daquilo que correr melhor e, sobretudo, pior, na actividade de quem exerce funções políticas em democracia”.

Marcelo aborda ainda a possibilidade de se recandidatar, declarando que se sentir que tem “um dever ético, um dever cívico, o dever estrito” de se candidatar, candidata-se. Mas adianta que só daqui a três anos é que olhará “para a realidade” e fará a pergunta a si próprio.

ZAP // Lusa

11 Comments

  1. O que Marcelo mais quer é demitir o … Passos Coelho. E novidades?
    Não me apoiaste para Presidente, C’est l’heure de la revanche… Já tudo o país percebeu isso há muito.

      • Em que mundo vive? É provavelmente o único que não sabe disso!!! Então esquece-se do apoio dado pelo Presidente da República ao anterior presidente da bancada parlamentar do PSD? O senhor anda a dormir ou é emigrante e apenas vem a Portugal de férias?

      • “Em que mundo vive?” Isso pergunto-le eu. Onde há referência a Passos? Nas entre linhas? Foi por isso que diisse que estava fora do contexto! Mas… que eu me lembre o Marcelo nunca apoiou o Passos. Mas posso estar enganado.

  2. Censura de novo. Agora já não é por questões políticas. Agora (?) é por questões profissionais… Será que não aceitam criticas?

  3. Mas… vai ficar na História por ter andado, de mão dada, a um governo responsável pela morte de 64/65 civis após mudança na protecção Civil de 80% dos seus membros por Boys do PS; de terem roubado armamento militar…que possivelmente será utilizado para matar civis europeus ou não; de fechar os olhos a um governo onde os seus secretários de estado andam a boleia de convites de empresas privadas; de o governo apoiar o governo de Venezuela…que se está a tornar numa ditadura onde trabalham e vivem milhares de portugueses..e muito mais!
    O Marcelo ” Cego é aquele que não quer ver…” não é o meu caso!

      • Caro Comentador,
        Se tivesse vergonha na cara…ficava calado! Como não tem…vem para aqui insultar! Isto acontece quando falta argumentos…e QI baixo!
        Mais…nos comentários que efetuo coloco o meu nome, ao contrário do Sr. Isto só revela cobardia…da sua parte! E devia ser proibido…

      • Ah?!
        Estou a ver que o teu caso ainda é mais grave… tira férias e vai tratar isso antes que piore!…

      • Vá lá… Faça-lhe companhia… Não o deixe ficar só. Vai ver que não estranha… Se calhar gosta. E até é um sítio que já conhece, não é Sr Álvaro??

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