O Presidente da República não parece disposto a dissolver o Parlamento enquanto o PSD estiver na mão do Chega, partido que tem vindo a crescer nas sondagens.
Marcelo Rebelo de Sousa parece estar a dar mostras de uma mudança de opinião quando à capacidade do centro-direita configurar uma alternativa viável ao Governo de António Costa. Num jantar realizado pelo Harvard Club of Portugal, e que contou com antigos alunos da instituição (portugueses ou a viver em Portugal), o Presidente da República terá dado conta do seu otimismo, por três motivos.
De acordo com o Observador, que cita convidados do evento, Marcelo Rebelo de Sousa já não olha para o centro-direito como estando a “diluir-se“. Pelo contrário, deve ser efetivamente uma alternativa a considerar. Simultaneamente, o ciclo está a mudar, apontou, pelo que a “mexicanização” do regime não tem necessariamente de ser uma má notícia.
A mesma fonte escreve que o Presidente da República terá tentado estabelecer um marco entre o passado recente e o presente, resultante da mudança de atitude do centro-direita, onde alguns protagonistas acreditavam que bastava o Governo PS cair para o poder lhes caísse nas mãos, sem uma solução pensada e fortalecida. Esta mentalidade parece ter mudado e as declarações do Presidente da República parecem transparecer isso. Apesar de não o ter referido diretamente, a diferença pode estar precisamente nos líderes sociais-democratas.
No discurso, Marcelo Rebelo de Sousa esforçou-se por transmitir o seu otimismo sobre o panorama político partidário, mostrando esperanças numa solução para além do PS — como principal partido ou como peça central de uma solução partidária. Este cenário, terá explicado, parece afastado.
Na equação do Presidente da República não parecem entrar, por exemplo, as forças radicais ou populistas.
Como seria de esperar, os recados chegaram aos ouvidos de quem deviam chegar. No PSD, há quem há muito desespere com Marcelo Rebelo de Sousa e pouca crença que deposita no partido para assumir Governo. O debate teve, por exemplo, continuidade esta semana, com o chefe de Estado a alegar a inexistência de uma alternativa caso a Assembleia da República fosse dissolvida — passo que Marcelo Rebelo de Sousa não está disposto a dar.
Luís Montenegro respondeu à letra, assegurando que as condições estão reunidas.
No entanto, o semanário Expresso avança hoje que há outro fator a considerar — particularmente difícil de digerir para Montenegro. O Presidente da República não parece disposto a dissolver o Parlamento enquanto o PSD estiver na mão do Chega, partido que tem vindo a crescer nas sondagens. Este fator é decisivo para Marcelo, apesar do desgaste na relação com o primeiro-ministro e na própria confiança que os portugueses depositam no Governo após todos as polémicas.
Vale ainda a pena lembrar que caso optasse pela dissolução, seria a segunda vez no mandato de Marcelo Rebelo de Sousa que tal aconteceria. Daí que o Presidente da República veja esta opção como uma a evitar a todo o custo.
Sejamos realistas: 14% dos votos do PSD estão no Chega. Pergunta-se: Como pode o PSD formar governo sem a grande percentagem do Chega? Quando o PS de Costa formou o seu 1º governo, não se questionou (tanto como agora) a junção dos seus votos com os radicais de esquerda. Então como é ?! Deixem-se de tretas: O PSD se chegar a governo, no curto prazo, será com a junção dos seus votos, com os do CDS, IL e CHEGA.
Ainda bem que o Presidente da República Portuguesa diz, afirma o que pensa sobre o futuro do país, alertando-nos para o que para aí vem. Sendo assim, escrevo: Portugueses, unam-se em defesa de uma real democracia retirando da equação a extrema direita, política que subjugaria o povo como aconteceu até ao 25 de Abril. Não é necessário sermos eruditos basta refletir um pouco.
Fascismo nunca mais