MiCO

E se pudéssemos observar a rota de várias dezenas de animais para os protegermos melhor? Conheça o MiCO, que conseguiu isso mesmo.
Uma equipa de cientistas reconstruiu as rotas invisíveis que 109 espécies marinhas migratórias percorrem regularmente através de fronteiras internacionais.
O objetivo é “conectar quase 2.000 habitats cruciais e destaca a importância da cooperação transfronteiriça“, explica a ecologista Lily Bentley.
Segundo explica o Science Alert, se percebermos melhor estas rotas, somos mais capazes de proteger as espécies, argumentam os autores do estudo publicado na Nature este mês. O mapa é interativo, e pode selecionar as espécies que quer visualizar.
O novo modelo, o MiCO, tem por base em cerca de 30 anos de dados, e revela para onde elas vão e de onde vêm em todo o mundo – incluindo que espécies cruzam as águas nacionais de quem.
Nenhum país é capaz de proteger totalmente as espécies migratórias sem a ajuda de outros. “Um exemplo clássico são as tartarugas verdes que nidificam na Costa Rica e migram para norte através da Nicarágua e para as ilhas das Caraíbas”, disse o cientista de conservação marinha Daniel Dunn.
“Embora sejam amplamente protegidas na Costa Rica (e nidifiquem numa área protegida), é legal pescar tartarugas na Nicarágua e um grande número delas é perdido ao largo da costa todos os anos”, explica ainda.
A equipa espera que, eventualmente, as informações de diferentes períodos possam ser utilizadas para identificar mudanças na conectividade.
“Isto é realmente crítico porque sabemos que essas mudanças estão a acontecer — por exemplo, a abertura da Passagem do Norte muda completamente a permeabilidade do Ártico para uma variedade de espécies (e navios)”, disse Dunn.
A partir de agora, o objetivo é somar cada vez mias espécies à rede, diz o cientista. “As extensas informações migratórias reveladas pelo sistema MiCO são apenas a ponta do iceberg da verdadeira conectividade dos oceanos globais”.