“Mapa do tesouro” revela localização dos navios perdidos no Triângulo das Bermudas

Vinho da Madeira está entre os bens recuperáveis de 176 navios perdidos entre 1526 e 1976, nas Bahamas. Projeto é um dos primeiros mapeamentos do número total de naufrágios ocorridos no temido Triângulo das Bermudas.

Em vários momentos da história, as Bahamas foram uma paragem comercial (quase) obrigatória das potências mundiais.

Caracterizadas por intensa atividade marítima e pelas suas águas imprudentes, há séculos que as ilhas são encaradas como uma armadilha mortal de navios, nomeadamente numa localização específica conhecida por ter “engolido”, até aos dias de hoje, milhares de embarcações — o temido Triângulo das Bermudas.

Até agora, estes navios estiveram perdidos nestas águas do Atlântico, mas uma equipa muito calejada na caça ao tesouro, chamada Allen Exploration, está a tentar mudar isso.

Em colaboração com o investigador de naufrágios, James Jenney, o Projeto de Navios Perdidos das Bahamas traduz-se num dos primeiros mapeamentos do número total de naufrágios ocorridos nas ‘Ilhas da Canção’.

Vinho da Madeira entre as riquezas preservadas

Através de arquivos, relatórios e fontes históricas, os peritos conseguiram localizar 176 navios que afundaram nas Bahamas, entre 1526 e 1976.

De acordo com o Daily Mail, pelo menos 85% dos navios eram comerciais e transportavam pólvora, sal, batatas, café, açúcar, tabaco, milho, algodão… e até escravos africanos.

Alguns dos barcos transportavam dinheiro, prata e ouro em grandes quantidades.

Segundo os investigadores, há bens comerciais que ainda podem estar perfeitamente preservados nestes navios ainda por encontrar, entre os quais… garrafas de vinho da Madeira.

Kean University

Vinhos da Madeira com 221 anos encontrados atrás de uma parede no Museu Liberty Hall, em Nova Jérsia.

Garrafas de brandy, rum, uísque, cocos e provisões militares estarão, também, nessa lista.

Dos 176 navios, 77 são norte-americanos que partiram maioritariamente de Nova Orleães, Luisiana, Alabama e Texas com destino a Nova Iorque, Génova ou Liverpool. 36 eram britânicos e 19 espanhóis.

A grande maioria (82%), afundou-se no séc.XIX e apenas oito e 10 desapareceram nos séc.XVII e XVIII, respetivamente.

A Allen Exploration, responsável pelo programa, acredita que “a natureza traiçoeira destas águas, repletas de recifes e bancos de areia baixos e situadas na rota de furacões das Caraíbas, tenha resultado num grande número de perdas de navios, talvez tantos como cinco mil”, lê-se no relatório da firma americana.

Em 2022, a organização especializada em naufrágios históricos encontrou um tesouro de moedas de ouro, pedras preciosas e jóias  num barco espanhol naufragado, com 366 anos de idade.

Até agora, a equipa acedeu a apenas 19 destes navios, mas espera exibir ainda este ano o novo mapa e as descobertas do projeto numa exibição interativa no Museu Marítimo das Bahamas.

Tomás Guimarães, ZAP //

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