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A mão humana pode ser mais primitiva do que a do chimpanzé

Cientistas da Universidade George Washington, nos Estados Unidos, defendem num estudo divulgado esta terça-feira que, ao contrário do que se pensava, a mão humana pode ser mais primitiva do que a do chimpanzé.

Até agora, a tese mais defendida era a de que o último antepassado comum entre o homem e os grandes símios era um animal com mãos similares às do chimpanzé atual.

Um novo estudo, publicado na revista Nature Communications, conclui, no entanto, que a mão humana será mais próxima da do último antepassado comum entre o Homo sapiens  – o homem moderno – e os macacos, que vivia há milhões de anos.

“Os trabalhos revelam que a estrutura da mão do homem moderno é em grande parte primitiva, na sua natureza, e não o resultado de seleções naturais”, tendo favorecido a produção de ferramentas em pedra.

As mãos dos chimpanzés e dos orangotangos evoluíram mais do que as do homem a partir do aparecimento do subgrupo dos hominídeos, comum aos homens modernos e aos macacos mais evoluídos.

Os dedos destes primatas alongaram-se em relação ao polegar, para que os símios pudessem balançar-se nas árvores, de ramo em ramo, enquanto a mão do homem tem um po

legar proporcionalmente maior, que permite a cada um dos restantes dedos tocá-lo e formar uma espécie pinça.

A equipa de investigadores, liderada por Sergio Almécija, do Centro de Paleontobiologia Humana da Universidade de George Washington, nos Estados Unidos, concluiu, a partir de análises e medidas precisas aos ossos das mãos de homens modernos e de macacos vivos e fossilizados, que a mão humana teve relativamente “poucas alterações” em relação à do último antepassado comum com os grandes símios.

“Quando os hominídeos, a família do homem moderno distinta da dos grandes símios, começaram a fabricar ferramentas de pedra de maneira sistemática, há provavelmente 3,3 milhões de anos, as suas mãos eram, em termos de proporções globais, um pouco como as nossas atuais”, sustentou Sergio Almécija, citado pela agência noticiosa AFP.

Para o paleontólogo espanhol, “as mudanças pertinentes que favoreceram o desenvolvimento da cultura da ferramenta da pedra eram provavelmente de ordem neurológica”, e não manual.

/Lusa

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