O advogado Ricardo Sá Fernandes fez uma participação contra Carlos Alexandre ao Conselho Superior de Magistratura e à Ordem dos Advogados, devido ao facto de o juiz de instrução do Caso EDP ter autorizado o Ministério Público (MP) a aceder a e-mails trocados entre Manuel Pinho e a sua defesa.
“São várias dezenas de comunicações – 191 e-mails -, quase toda sobre matéria relacionada, direta ou indiretamente, com a defesa daquilo que se discute nests autos, algumas de natureza puramente privada até sobre aspetos relativos à doença”, pode ler-se na participação, a que o Expresso teve acesso.
“toda a correspondência trocada entre os advogados e os seus clientes é confidencial”, explicou Fernanda de Almeida Pinheiro, a bastonária da Ordem, que considera o caso “grave” e vai levá-lo “ao conselho geral”.
De acordo com a participação, nas últimas buscas a Manuel Pinho, em novembro de 2022, o procurador Carlos Casimiro tirou cópias do conteúdo do computador de Manuel Pinho. Quando o equipamento foi devolvido, o ex-ministro “estranhou” que no ecrã do monitor estivesse “aberta uma janela de aplicação de e-mail, onde estavam compilados e selecionados e-mails trocados entre ele e os seus mandatários autos”.
Depois de o conteúdo ter sido apresentado a Carlos Alexandre, este declarou que não detetou “quaisquer ficheiros cujo conteúdo seja suscetível de representa uma grave intromissão na reserva da vida privada dos visados e/ou ferir gravemente os direitos, liberdades e garantias”.
Mas segundo o estatuto da Ordem dos Advogados, “não pode ser apreendida a correspondência, seja qual for o suporte utilizado, que respeite o exercício da profissão”.
E, de acordo com o Código de Processo Penal, “é proibida, sob pena de nulidade a apreensão (…) da correspondência entre arguido e o seu defensor, salvo se o juiz tiver fundadas razões para crer que aquela constitui objeto ou elemento de um crime”.
Ao solicitarem uma cópia dos ficheiros apreendidos, “os signatários verificaram, atónitos e indignados, que toda a correspondência informática extraída do computador do arguido desde março de 2022 e outubro de 2022 (…) tinha sido copiada e fora objeto de visualização e análise por parte do MP”, indicou Ricardo Sá Fernandes.
“De duas uma: ou o senhor juiz de instrução viu os ficheiros, tendo necessariamente verificado que eles continham extensíssima correspondência entre o arguido e os seus mandatários, sem que isso o tivesse impedido de autorizar a sua investigação (…), ou o senhor juiz de instrução nunca viu os ficheiros, assinado ‘de cruz’, ‘à confiança’, um despacho em que afirma tê-los visto integralmente”, continuou.
Nenhum dos e-mais em causa foi usado como prova na acusação. Mas ainda segundo a participação, o MP usou como “elemento de prova” outros e-mails trocados entre o arguido e advogados fiscalistas espanhóis e portugueses.
Esses e-mails foram apreendidos não só nas buscas anteriores e terão informação sobre o património do casal Pinho que poderá ser usada como garantia para o pagamento de eventuais multas ou condenações.
A defesa pede “ao juiz que vier a apreciar a participação” que declare “nula” as provas e pede a destruição dos ficheiros que estão no processo com todos os emails.
Mesmo considerando os factos “graves” e “inaceitáveis”, a defesa de Manuel Pinho não pediu o afastamento do juiz nem suscitou um incidente de recusa.
“Mas a gravidade da ocorrência (…) justifica que (…) seja participada ao Conselho Superior de Magistratura e à bastonária da Ordem dos Advogados para os efeitos tidos por convenientes”, lê-se ainda na participação.
Mas este ainda anda solto?!!
Não. Está fechado na quinta, no Minho.
Quem não deve não teme.
Este Manuel dos corninhos está cheio de medo das buscas. Quem deve, teme.
Assim vão as coisas neste país. Cometer crimes como esse “cornudo” não leva a condenação, mas investigá-los abertamente pode ser punido. Esquece o povo que quem controla efectivamente o país são os grandes escritórios de advogados que fazem as leis encomendadas pelo governo, de forma a deixarem as “aberturas” legais que lhe podem depois ser necessárias ou mesmo vitais.
Só mesmo a justiça popular medieval para estes gajos…
Este País está completamente virado do avesso…..volta Salazar e vê se consegues endireitar isto!