Mais de 200 casos de violência exercida sobre profissionais de saúde foram comunicados à Direção-Geral da Saúde no ano passado, o maior número registado nos últimos sete anos, segundo o relatório hoje divulgado.
Os dados disponíveis de janeiro e fevereiro deste ano, na Direção-Geral de Saúde (DGS), mostram que houve já 97 episódios de violência, quase metade dos registados em todo o ano de 2013, que ascendem a 202.
No primeiro ano em que existem registos disponíveis, no “site” da DGS, 2007, foram contabilizadas 35 situações de violência. No ano seguinte, 2008, estas aumentaram para 69, tendo disparado para 174, em 2009.
Em 2010 foram notificadas 79 situações, 154 em 2011, subindo a 164 em 2012.
No relatório relativo a 2013, as profissionais de saúde do sexo feminino são as que mais notificaram casos de episódios de violência: enfermeiras com 70 casos, médicas com 24 e assistentes técnicas com 22 situações.
Quanto aos agressores, surgem os doentes, em primeiro lugar (91 casos), seguidos de profissionais de saúde (69) da instituição e dos familiares do doente (33).
Injúrias, discriminação/ameaça e pressão moral representam os casos mais frequentes de violência notificados.
A violência física foi reportada em 46 situações e registou-se um caso de notificação de assédio sexual.
Em resultado destas situações, 21 profissionais de saúde agredidos solicitaram tratamento e outros tantos estiveram, por esta razão, temporariamente ausentes do serviço.
São 32 as vítimas que dizem ter apresentado queixa também à polícia, de acordo com o relatório publicado no “site” da DGS.
Os episódios de violência registaram-se de forma praticamente igual nos centros de saúde e nos hospitais – 88 casos e 82, respetivamente -, sendo a administração regional de Saúde do Centro a que apresenta maior número de situações.
/Lusa