Maioria dos reféns em Gaza “estão vivos”

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Dean Lewins/Lusa

Michal, cujos familiares foram raptados pelo Hamas, chora durante o lançamento da campanha #SetThemFree, em Sidney, Austrália

Exército israelita prossegue as operações para encontrar e localizar os corpos nas proximidades da Faixa de Gaza. Guterres está de “coração partido” na fronteira de Rafah, onde apela que os camiões cheguem o mais rapidamente possível, com a maior quantidade de ajuda possível” à população necessitada.

O Exército israelita afirmou esta sexta-feira que “a maioria dos reféns” sequestrados pelo movimento islamita palestiniano Hamas durante o ataque surpresa em 07 de outubro “estão vivos”.

“Entre os cerca de 200 reféns que atualmente se encontram na Faixa de Gaza, mais de 20 são menores, entre dez e 20 têm mais de 60 anos, a maioria dos reféns estão vivos”, indicou um porta-voz militar israelita, num comunicado, sem fornecer mais detalhes.

Segundo a mesma fonte, os combatentes do Hamas também transportaram cadáveres para a Faixa de Gaza no decurso do seu ataque de 07 de outubro em solo israelita.

A mesma nota informativa referiu que entre 100 a 200 israelitas estão atualmente dados como “desaparecidos” desde o ataque, em comparação com os 3.000 anunciados no primeiro dia da guerra.

“Este número diminuiu consideravelmente” à medida que foram confirmadas as localidades onde vivem, segundo a mesma fonte militar.

“Atualmente, o Exército israelita prossegue as operações para encontrar e localizar os corpos nas proximidades da Faixa de Gaza”, concluiu o porta-voz.

Guterres está na fronteira de Rafah

O secretário-geral da ONU, António Guterres, está esta sexta-feira na passagem de Rafah — a única para Gaza que não está sob controlo de Israel — onde apelou ao envio imediato da ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.

O secretário-geral da ONU chegou na quinta-feira ao Cairo, onde se reuniu com as autoridades egípcias, dizendo que a chegada de ajuda é “absolutamente essencial” e que esta “operação humanitária não é normal”, mas sim uma operação “urgente” para apoiar esta pessoas que estão “em estado de guerra”.

Guterres observou que a ONU está “a trabalhar para garantir que os camiões cheguem o mais rapidamente possível, com a maior quantidade de ajuda possível” à população necessitada, ao mesmo tempo que insistiu na necessidade “de resolver esta situação o mais rapidamente possível”.

“É impossível estar aqui e não ficar com o coração partido. São dois milhões de pessoas a passar por dificuldades, sem comida, sem remédios. Necessitam de tudo. Deste lado, temos os camiões que tem tudo o que precisam.”

Estes camiões não são apenas camiões, mas são aquilo que diferencia a vida da morte, precisamos passar a maior quantidade possível”, disse o secretário-geral da ONU.

O responsável português destacou que existe um acordo entre Israel, o Egito e a ONU para a entrada da ajuda, “com uma série de condições”, e destacou que a sua organização está a tentar “que os camiões de ajuda possam entrar todos os dias”.

A ajuda humanitária internacional não chegará à Faixa de Gaza antes de sábado, avançou hoje o secretário-geral adjunto das Nações Unidas para os Assuntos Humanitários e Coordenador da Ajuda de Emergência, Martin Griffiths.

“Uma primeira entrega deve começar amanhã [sábado] ou próximo disto”, referiu Griffiths.

O Hamas lançou, no dia 07 de outubro, um ataque surpresa e sem precedentes contra Israel, que matou mais de 1.400 pessoas.

Como retaliação, Israel tem bombardeado a Faixa de Gaza (enclave controlado pelo Hamas desde 2007) e bloqueou o acesso a alimentos, água e combustível. Telavive também fez um ultimato para que a população abandone o norte do território antes do avanço dos militares por terra.

Segundo o Exército israelita, cerca de 1.500 combatentes do Hamas foram mortos na contraofensiva que permitiu a Israel recuperar o controlo das áreas atacadas.

Na Faixa de Gaza, mais de 3.700 palestinianos, a maioria civis, foram mortos nos bombardeamentos realizados pelo Exército israelita, segundo o último balanço das autoridades locais.

ZAP // Lusa

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