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Maioria dos candidatos para Porto e Lisboa admite criar zonas com menos carros nas cidades

Um inquérito da associação ambientalista Zero apurou as propostas dos candidatos às autarquias de Lisboa e Porto sobre a redução do uso de carros e os incentivos à mobilidade sustentável.

No âmbito do dia Europeu sem Carros, que se assinala esta quarta-feira, a associação ambientalista Zero publicou um inquérito que fez às candidaturas autárquicas no Porto e em Lisboa sobre as propostas para a mobilidade apresentadas, adianta o Público.

As cinco questões englobam três perguntas comuns às duas cidades, como os transportes públicos, criação de Zonas Zero Emissões e a mobilidade eléctrica, e duas ainda específicas para cada cidade – sobre o aeroporto e os navios de cruzeiro em Lisboa e sobre ciclovias e zonas pedonais no Porto.

Sobre a criação de Zonas Zero Emissões, onde o acesso aos carros é restrito, as respostas dividiram-se, estando os partidos de esquerda mais abertos à opção. Em Lisboa, já há partes da cidade onde os veículos mais antigos e mais poluentes não podem entrar. Fernando Medina também adiou a entrada em vigor do corte na circulação automóvel na zona do Chiado, mas promete agora que a vai pôr em prática.

Carlos Moedas tem criticado bastante as propostas de Medina para a mobilidade e mostra-se aberto a “implementar gradualmente um Plano de Zonas de Zero Emissões” para que a capital alcance os objectivos de Transição Climática para 2030.

A campanha de Moedas refere também que a selecção das zonas teria em conta a opinião dos residentes, que é também uma prioridade para o PAN, o Bloco de Esquerda, o Volt e o Somos Todos Lisboa.

A CDU aposta no investimento nos transportes públicos e que não cabe à autarquia privilegiar “sectores da população com capacidade económica para a aquisição de viaturas eléctricas”, que podem entrar nas Zonas de Zero Emissões. O PDR refere há vários anos que Lisboa “não tem zonas com taxas de emissão superiores ao que a ZERO recomenda” e realça que restringir a circulação de automóveis vai provocar engarrafamentos.

Já no caso do Porto, foi anunciada a intenção de criar Zonas de Acesso Automóvel Condicionado (ZAAC) durante o último PDM. Rui Moreira quer mesmo alargar o projecto a mais partes da Invicta, como a Miragaia e admite uma “possível transição gradual futura das ZAAC para zonas de zero emissões”.

Os socialistas no Porto mostram-se também preocupados com a necessidade de reduzir o tráfego automóvel e defendem que “algumas zonas residenciais da Baixa deverão são adequadas a este objectivo”. Novamente, o PS sublinha a importância de envolver a população nesta discussão, um ponto que é também referido pelo PAN.

O Livre e o Bloco de Esquerda também defendem estas iniciativas. A CDU confessa que não tem propostas nesta veia e explicam que o parque ocidental no Portp, que tem 90 hectares, se pode considerar uma zona sem emissões e que é necessário avançar com a criação de um parque na zona oriental com uma área semelhante.

A Iniciativa Liberal, o Chega e o Ergue-te não responderam ao inquérito da Zero nem no Porto nem em Lisboa. Só no Porto, as candidaturas do PSD, do Volt e do PPM também não deram respostas.

ZAP //

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