Maior telescópio do mundo ainda não funciona por falta de cientistas

(dr) China Xinhua News

O Radiotelescópio FAST (Five Hundred Metre Aperture Spherical Telescope) é o maior do mundo com 500 metros de diâmetro.

Apesar do salário superar os 1,2 milhões de dólares por ano, a China tem tido dificuldades para encontrar um astrónomo estrangeiro para dirigir o maior radiotelescópio do mundo, de acordo com informações publicadas pelo jornal independente “South China Morning Post”.

A Academia Chinesa de Ciências não encontra ninguém com a experiência e a qualificação necessárias para supervisionar a operação diária do FAST, inaugurado há um ano e com o qual a China pretende potencializar a sua presença e o seu prestígio na ciência internacional.

Situado nas montanhas de Guizhou, no sudoeste da China, o FAST pode captar sinais previamente indetectáveis e proporcionar outras pistas sobre, por exemplo, a possível existência de vida extraterrestre.

“Para um astrónomo, dirigir o FAST pode ser a oportunidade de uma vida”, disse Wang Tinggui, professor de astrofísica da Universidade de Ciência e Tecnologia da China, em Hefei.

A Academia Chinesa de Ciências, que possui o radiotelescópio, está à procura de um líder estrangeiro para o projeto porque “nenhum astrónomo na China tem a experiência para trabalhar com uma instalação de tal magnitude e complexidade.

Um anúncio de emprego foi publicado no site da academia em maio, mas ainda não houve qualquer resposta.

“Não podemos esperar (…), fizemos o possível para comunicar a nossa oferta”, disse um funcionário do telescópio.

De acordo com a descrição do trabalho, o diretor de operações científicas será responsável por estabelecer e organizar vários grupos académicos para decidir os objetivos científicos a longo prazo do telescópio e distribuir os seus horários de observação.

Também seria responsável por reportar as principais descobertas feitas pelo telescópio ao Governo a cada ano e supervisionar as despesas e o orçamento.

O candidato deve ter pelo menos 20 anos de experiência prévia e deve ter tido um papel de liderança num projeto de radiotelescópio a grande escala.

Segundo aponta o jornal, alguns cientistas ocidentais têm muita experiência com telescópios gigantes, mas esta não iria ser relevante na China “devido às barreiras do idioma e à diferença cultural”.

Com um orçamento de 180 milhões de euros, o FAST foi inaugurado em setembro do ano passado com uma grande expectativa e como parte dos planos da China de ser uma potência na investigação científica.

ZAP // EFE

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