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Maior casamento colectivo gay do mundo no Rio


O Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro celebrou este domingo “o maior casamento mundial coletivo de casais homossexuais”. A cerimônia contou com 130 casais homoafetivos, segundo os organizadores.

“O sentimento é o de que toda a luta valeu a pena. É uma alegria muito grande porque a história é de muita perseguição e muito preconceito, com assassinatos de homossexuais e discriminação de todo tipo. E hoje ver esta cerimónia sendo realizada com esse tamanho mostra que muito se avançou. Ainda há muito a fazer contra o preconceito, mas estamos num caminho de avanço”, comemorou o coordenador do Programa Estadual Rio Sem Homofobia, Cláudio Nascimento.

Cláudio Nascimento destaca que o evento ocorreu no Dia Nacional da Família. “A família continua a ser o elo fundamental da sociedade. Estamos aqui para celebrar as famílias que se oficializam hoje”.

Segundo o coordenador do programa, 68% dos casais eram lésbicas, 31% de gays e uma transexual com o companheiro. Os noivos vieram de 14 cidades do estado, sendo a maior parte da capital. Entre esses, 86% das zonas norte e oeste. “Isso mostra que é um projecto que tem uma capilaridade social muito grande”, disse Cláudio Nascimento. Mais de metade dos casais (66%) tinha renda de um a dois salários mínimos.

“Hoje, o Estado brasileiro não faz nenhuma diferenciação entre os casais heterossexuais e homossexuais”. A desembargadora Cristina Gaulia, que conduziu a saudação aos noivos, realçou que a celebração mostra que a Justiça no Rio se modernizou.

“Há poucos anos, alguns juízes nem recebiam esses casais e encaminhavam o pedido para a Vara Cível, onde era assinado um contrato de sociedade civil. Nem para a Vara de Família eram encaminhados”, acrescenta a desembargadora.

José Barbosa Galvão, de 53 anos, que vive há 22 anos com a transexual Vanessa Alves, de 49 anos, comemorou a união e afirmou que participou na cerimônia para realizar um sonho da cônjuge. “Eu já tinha sido casado, mas ela tinha esse sonho e realizámo-lo hoje. Já tínhamos união estável e agora conquistámos mais esse passo”.

O casal Marcos da Costa e Josué dos Santos, que está junto há 12 anos, participou na cerimónia à procura do reconhecimento do Estado e dos direitos que o casamento proporciona, como a facilidade de ter conta conjunta, ser dependente em plano de saúde e ter direito à herança sem a necessidade de um testamento. Para eles, o preconceito está a diminuir. “O casamento e a família são instituições importantes na nossa vida. Nunca nos separámos e criámos o meu filho biológico juntos. Hoje, o nosso neto está aqui”.

Nilzete Ferreira, de 49 anos, confessou estar nervosa antes da cerimônia, mas feliz. “Muita coisa muda para a minha esposa e a minha filha a partir de amanhã. Será mais fácil ter um plano de saúde e conta conjunta. Estamos muito felizes”.

/ABr

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