Magalhães e Silva “surpreendido”. Medidas de coação “são manifestamente excessivas”

Manuel de Almeida / Lusa

Magalhães e Silva, advogado de Luís Filipe Vieira

À saída do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, o advogado de Luís Filipe Vieira, Magalhães e Silva, afirmou que está “surpreendido” com as medidas de coação aplicadas.

O advogado de Luís Filipe Vieira, Magalhães e Silva, defendeu este sábado que as medidas de coação aplicadas ao seu cliente pelo juiz Carlos Alexandre no âmbito do processo Cartão Vermelho são “manifestamente excessivas”.

“Digo com toda a tranquilidade que na indiciação não estão indicados factos que constituam crime”, justificou o advogado que se mostrou “surpreendido” com a decisão do juiz de instrução.

“Faz pouco sentido que um homem com 72 anos, com família, filhos e netos e toda a sua vida organizada aqui tivesse a menor tentação de fugir para o estrangeiro por causa disto”, acrescentou ainda.

Questionado sobre a ratificação pelo juiz das medidas de coação pedidas pelo procurador Rosário Teixeira, o advogado de Luís Filipe Vieira resumiu apenas que “têm um entendimento diverso” em relação ao seu e que, no seu entender, “é errado”.

No entanto, não esclareceu se irá recorrer das medidas aplicadas para o Tribunal da Relação de Lisboa.

“Vai ter de ser ponderado para ver se há utilidade efetivamente nisso. Em termos práticos pode não ter utilidade, tendo em conta o tempo que decorre até ao fim destas medidas de coação”, observou, sem indicar, por agora, a forma de pagamento da caução.

“Veremos qual o meio através do qual é possível. Como saberão, a caução pode ser prestada em numerário, em títulos, em hipoteca de imóveis.”

O juiz de instrução Carlos Alexandre seguiu a recomendação do Ministério Público (MP) e aplicou uma caução de três milhões de euros para Luís Filipe Vieira. Isto significa que o ex-presidente dos encarnados pode sair em liberdade assim que efetuar o pagamento ou apresentar uma garantia bancária.

Além da caução, o MP pediu para Vieira a proibição de contactos com outros arguidos, com elementos da direção do Benfica e da administração da SAD, e ainda a entrega do passaporte, para acautelar o eventual perigo de fuga. O juiz aceitou a restante promoção do procurador Rosário Teixeira.

Vieira fica assim em prisão domiciliária até pagar a caução. O empresário tem um prazo de 20 dias para proceder ao pagamento, que poderá incluir património.

Luís Filipe Vieira é o único dos quatro arguidos a ficar privado de liberdade. O empresário José António dos Santos terá de pagar uma caução de dois milhões de euros; Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, de 600 mil euros; e Bruno de Macedo de 300 mil euros.

Os três arguidos saem em liberdade.

ZAP // Lusa

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