“Máfia do Sangue”. Ex-patrão de Sócrates quer pagar para fechar processo

O ex-administrador da Octapharma Paulo Lalanda e Castro disponibilizou-se a entregar até 500 mil euros, no caso Máfia do Sangue, para obter a suspensão provisória do processo, embora considere estar inocente de toda a acusação.

Nas alegações durante o debate instrutório do caso do plasma sanguíneo, também conhecido por O-Negativo, o advogado Raul Soares da Veiga, após refutar os crimes imputados ao seu cliente, decidiu à cautela apresentar um requerimento ao tribunal para aplicação da suspensão provisória do processo, apenas no caso de o juiz de instrução Ivo Rosa entender que há indícios suficientes de algum crime, cuja pena de prisão seja inferior a cinco anos.

No último dia de debate instrutório do caso, a procuradora disse que “nada tem a opor”, se os crimes pelos quais Lalanda e Castro vier a ser pronunciado não ultrapassarem os cinco anos de cadeia.

O ex-patrão de José Sócrates é acusado de corrupção ativa para ato lícito e recebimento indevido de vantagem. Está em causa o negócio do plasma sanguíneo, que terá beneficiado a Octapharma em concursos públicos, num alegado esquema de corrupção.

Lalanda e Castro não é o único que tenta fechar o processo. Cinco dos sete arguidos requereram o mesmo ao juiz. A médica Manuel Carvalho também o fez, assim como o ex-presidente do INEM Luís Cunha Ribeiro, que propôs pagar pouco mais de 24 mil euros.

No entanto, o Ministério Público recusou a ideia dadas as molduras penais superiores a cinco anos de prisão, detalha o Correio da Manhã. A decisão instrutória está nas mãos do juiz Ivo Rosa.

Embora enfatizasse que Lalanda e Castro entende “estar completamente inocente” dos crimes de que está acusado, Soares da Veiga entregou o requerimento que prevê a possibilidade de o arguido entregar até meio milhão de euros no prazo de seis meses para evitar o julgamento e beneficiar da extinção do procedimento criminal.

No processo Máfia do Sangue, extraído da Operação Marquês, está em causa o negócio do plasma sanguíneo, realizado entre Paulo Lalanda e Castro (então administrador da Octapharma) e Luís Cunha Ribeiro, antigo presidente do INEM e da Administração Regional de Saúde de Lisboa e Vale do Tejo, que terá beneficiado a Octopharma em concursos públicos, num esquema envolvendo corrupção ativa e passiva, recebimento indevido de vantagem, falsificação de documentos e branqueamento de capitais.

ZAP // Lusa

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